"O comunicado conjunto divulgado com o presidente Bolsonaro em março deixa absolutamente claro que eu apoio o Brasil no início do processo de adesão plena à OCDE. Os Estados Unidos defendem essa declaração e defendem Jair Bolsonaro", afirmou o republicano pelo Twitter.
Uma reportagem da agência Bloomberg afirmou que teve acesso a uma carta do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, destinada ao secretário-geral da entidade, Angel Gurría, dizendo que os EUA eram favoráveis a um aumento limitado da OCDE, e no momento o governo americano só apoiaria as candidaturas da Argentina e da Romênia. O Brasil, portanto, ficaria de fora.
Trump rebateu a matéria e disse que se tratava de "fake news". Um pouco antes, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou pelo Twitter que os EUA continuavam a favor do ingresso do Brasil na organização.
"Somos apoiadores entusiasmados da entrada do Brasil nessa importante instituição e os Estados Unidos vão fazer um grande esforço para apoiar o acesso do Brasil", disse Pompeo. "A carta vazada não representa exatamente a posição dos Estados Unidos em relação ao aumento da OCDE", acrescentou.
Em março, Trump prometeu ajuda ao Brasil
O comunicado conjunto a que se refere Trump foi divulgado em março, quando o presidente Jair Bolsonaro visitou a Casa Branca. Na época, Trump indicou que Washington apoiava a entrada do Brasil na entidade. Quatro meses depois, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, reiterou o apoio de Washington ao Brasil durante uma visita a São Paulo.
O Brasil apresentou sua candidatura em maio de 2017. O endosso de um dos 36 membros é visto como fundamental para o início do processo. Para ingressar na instituição, é preciso a aprovação de todos os membros. A França, no entanto, indicou que não aceitaria a presença brasileira no grupo.
Em transmissão ao vivo realizada pelas redes sociais na noite de quinta-feira, Bolsonaro disse que o país entraria na OCDE em cerca de um ano ou dois. "Não é chegou e vai entrando. A seleção é a conta-gotas. Continuamos firmes e fortes, daqui um ano, um ano e pouco estaremos dentro, se Deus quiser", ponderou.
A Embaixada dos Estados Unidos, por sua vez, divulgou nota afirmando que apoiava o ingresso do Brasil, mas não citou uma data para a entrada.
"A declaração conjunta de 19 de março do presidente Trump e do presidente Bolsonaro afirmou claramente o apoio ao Brasil para iniciar o processo para se tornar um membro pleno da OCDE e saudou os esforços contínuos do Brasil em relação às reformas econômicas, melhores práticas e conformidade com as normas da OCDE. Continuamos mantendo essa declaração", disse a representação diplomática.
Além disso, a embaixada afirmou que continuaria a trabalhar com outros membros da OCDE para encontrar um caminho para a expansão da instituição: "Todos os 36 países membros da OCDE devem concordar, por consenso, com o calendário e a ordem dos convites para iniciar o processo de adesão à OCDE".
Em entrevista concedida para a Folha de S.Paulo, o secretário-geral adjunto da OCDE, Ludger Schuknecht, afirmou que os EUA "já deixaram clara sua posição" de apoio à candidatura brasileira, e ele não tinha "evidências de que" isso tenha mudado.
Assessor de Bolsonaro fala em 'histeria' da mídia
Pelo Twitter, o assessor internacional de Bolsonaro, Filipe Martins, disse que os Estados Unidos cumpriam o prometido.
"Toda a histeria sobre a OCDE na imprensa revela o quão incompetentes e desinformadas são as pessoas que escrevem sobre política no Brasil. Não há fato novo. Os EUA estão cumprindo exatamente o que foi acordado em março e agindo de acordo com o cronograma estabelecido na ocasião", escreveu.