O ato ocorreu após a Suprema Corte da Espanha condenar políticos catalães envolvidos no plebiscito de 2017 que tentou separar a comunidade autônoma do país. O Judiciário condenou os líderes do movimento a penas de 9 a 13 anos de cadeia e emitiu um mandado de prisão europeu contra o ex-presidente regional Carles Puigdemont.
Multidões foram às ruas de Barcelona poucos minutos após a decisão. Logo, o Tsunami Democrático, um grupo local a favor de uma forma mais ativa de desobediência civil, convidou dezenas de milhares de seus membros a marchar no aeroporto da cidade, localizado a 15 quilômetros do centro de Barcelona.
O aeroporto então viu ferozes lutas entre as multidões de manifestantes e a Polícia de choque destacada para o local.
Spanish police brutally beaten Catalans in El Prat Airport Barcelona’s airport under popular control now. Thousands of Catalans say enough is enough over the brutal sentence of the #SpanishInquisition #HelpCatalonia pic.twitter.com/ICeHu4XY8W
— Help Catalonia 🎗 (@CataloniaHelp2) 14 de outubro de 2019
Apesar da resistência policial, cerca de 8 mil manifestantes conseguiram entrar e suspenderam as operações do aeroporto. Centenas de voos foram cancelados.
Há protestos massivos em outros locais da capital catalã, que teve algumas de suas ruas fechadas. Outros municípios da região autônoma, como Girona e Lleida, também recebem atos dos catalães.
As tensões entre os catalães e o governo central espanhol quase não diminuíram ao longo dos dois anos desde a mal sucedida votação da independência, que Madri declarou ilegal e inválida.
A decisão do tribunal que sentenciou nove dos 12 líderes catalães a longas penas de prisão provavelmente reacenderá as tensões.
O presidente da Catalunha, Quim Torra, criticou a decisão do Supremo da Espanha e a classificou como um "ato de vingança, não um ato de justiça".
Puigdemont, ex-presidente regional e rosto do movimento catalã, que permanece exilado na Bélgica, disse que a decisão da Suprema Corte é uma "atrocidade".