A análise do CEO do Facebook consta em discurso que ele fará em comissão da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos e foi obtida pela agência de notícias AFP.
"Enquanto debatemos essas questões, o resto do mundo não está esperando. A China está se movendo rapidamente para lançar ideias semelhantes nos próximos meses", pretende dizer Zuckerberg em sua apresentação. "A Libra será apoiada principalmente por dólares e acredito que estenderá a liderança financeira dos EUA, bem como nossos valores democráticos e supervisão em todo o mundo. Se os EUA não inovarem, nossa liderança financeira não será garantida."
A fala do fundador do Facebook ocorre em meio a intenso escrutínio de reguladores e legisladores de todo o mundo, que expressam ceticismo com o impacto da proposta de criptomoeda.
Zuckerberg reconhece que os erros do Facebook em privacidade e proteção de dados levaram muitos a concluir que "não somos o mensageiro ideal no momento" para a moeda digital, mas argumenta que o plano seria benéfico para muitas pessoas, incluindo aquelas que estão fora do sistema bancário.
"As pessoas pagam um custo muito alto, e precisam esperar demais, para enviar dinheiro para suas famílias no exterior", afirma Zuckerberg.
O Facebook já afirmou que a Libra não será lançada sem aprovação dos entes reguladores.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que o lançamento da Libra é "prematuro" e que várias questões, como proteção contra lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas, ainda precisam ser resolvidas. Na semana passada, o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que Itália, Alemanha e França tomariam medidas não especificadas "para mostrar claramente que a Libra não é bem-vinda na Europa".