"No mundo de hoje, se um país possui forças nucleares estratégicas, é considerado uma hegemonia e, portanto, também é chamado de 'segredo da paz'", escreve a edição Sohu.
O autor do artigo relata que, apesar do colapso da União Soviética e da grande redução do orçamento de defesa, Washington ainda teme Moscou.
Segundo ele, as forças nucleares estratégicas da Rússia ainda estão em alerta máximo, o que "faz com que os americanos mantenham sua pólvora seca".
Em 1991, a Rússia ficou com 70% das forças nucleares estratégicas da antiga União Soviética, pelo que sempre teve meios terrestres, marítimos e aéreos para ataques estratégicos, recorda a publicação.
Tríade nuclear da Rússia
"A Rússia é o único país do mundo, exceto os EUA, que possuem tais capacidades", diz o artigo, adicionando que o papel principal na "tríade nuclear" russa é desempenhado pelos mísseis terrestres, que estão em alerta constante desde a Guerra Fria.
O artigo destaca que a decisão de Washington de se retirar do acordo de desarmamento nuclear, incluindo o tratado mais importante sobre a eliminação de mísseis de médio e curto alcance, colocou forte pressão estratégica sobre a Rússia.
No entanto, com o exercício militar russo Grom 2019, realizado de 15 a 17 de outubro, Moscou deixou claro ao mundo que a sua segurança será garantida por forças nucleares estratégicas nos próximos anos. A manobra, de natureza puramente defensiva, envolveu cerca de 12.000 militares, além de 213 lançadores de mísseis estratégicos, 105 aeronaves, incluindo cinco porta-mísseis estratégicos, até 15 navios de superfície, cinco submarinos e 310 unidades militares e equipamentos especiais.
"O Exército russo pode melhorar os seus pontos fortes, principalmente as suas forças nucleares estratégicas, e assegurar a fiabilidade de um ataque de retaliação. Assim, nas próximas décadas, os EUA não ousarão sequer olhar para a Rússia", conclui.
Washington anunciou a sua retirada unilateral do Tratado INF no início deste ano, acusando Moscou de violação de longa data do acordo. A Rússia nega todas as acusações. No início de julho, o presidente russo Vladimir Putin assinou uma lei que suspendeu o tratado, tendo o documento deixado de estar em vigor em 2 de agosto.