Na noite desta quinta feira (24), o Brasil, Argentina, Colômbia e EUA emitiram um comunicado conjunto que contesta os resultados das eleições na Bolívia e pede a realização de um segundo turno.
O comunicado solicita que a Bolívia "coopere" com a Organização dos Estados Americanos (OEA) para garantir a "transparência" e "credibilidade" da contagem de votos.
A OEA solicitou que a Bolívia realize um segundo turno, apesar de a apuração dos votos, segundo o Supremo Tribunal Eleitoral na Bolívia, ter dado vitória ao atual presidente do país, Evo Morales.
Com 99,9% das urnas apuradas, o partido do atual presidente, Movimento ao Socialismo (MAS), alcançou 2.889.074 votos, equivalente a 47.07%. O principal partido de oposição, a Comunidade Cidadã (CC), obteve 2.240.894 votos, ou 36.51%.
A vantagem, de pelo menos 10,55%, dá vitória a Evo Morales, sem a necessidade de enfrentar o opositor, Carlos Mesa, em um segundo turno, de acordo com as leis da Bolívia.
"A Argentina, Brasil, Colômbia e Estados Unidos acreditam que o povo boliviano tem o direito de escolher os seus líderes em eleições justas e livres", declara o comunicado conjunto. "Incitamos as autoridades eleitorais da Bolívia a trabalhar com a Missão de Observação Eleitoral da OEA para garantir uma apuração dos votos transparente e digna de confiança".
O comunicado pede que a Bolívia realize um segundo turno, caso a Missão Eleitoral da OEA não consiga verificar os resultados do primeiro turno.
Em sua intervenção, o representante permanente dos EUA na OEA lembrou a queda temporária do sistema eletrônico de votação no país, o TREP, para justificar as suspeitas de fraude no processo eleitoral.
A Suprema Corte Eleitoral da Bolívia explicou que o TREP foi desligado temporariamente para evitar que os as apurações eletrônicas fossem confundidas com a apuração manual dos votos. De acordo com a Corte, apesar da apuração manual dos votos ser mais lenta, ela se mostrou muito mais precisa.
Nesta quarta-feira (23), antes da conclusão da apuração dos votos, começaram protestos contra os resultados das eleições. O líder de oposição, Carlos Mesa, denunciou os dados preliminares como fraudulentos. Manifestantes atearam fogo a colégios eleitorais em diversas cidades do país.
A OEA realiza missões de observação eleitoral regularmente no continente americano. Veja aqui os relatórios da Organização em relação aos pleitos organizados na Bolívia.