O Tesouro norte-americano adotou mais um corte na taxa de juros do país, após um resultado insatisfatório do crescimento dos EUA no terceiro quadrimestre.
Como resultado, o dólar sofreu uma queda de 0,35%, de acordo com o índice DXY, e está sendo negociado a 97 pontos, o menor nível desde agosto deste ano. Os dados foram fornecidos pela empresa norte-americana Intercontinental Exchange.
"O dólar reagiu se enfraquecendo, o que sempre é o caso quando o FED corta as taxas de juros. O interesse por dólares e ativos nomeados em dólar caiu em função da queda da sua rentabilidade e expectativa de empréstimos mais baratos", disse o economista Ilia Grigoryev em entrevista à RT.
O corte de juros foi uma resposta do FED aos resultados negativos do relatório do PIB do terceiro trimestre, divulgados nesta quarta-feira (31). O relatório revelou uma desaceleração do crescimento do PIB para 1,9%, sinalizando uma queda da atividade econômica.
"A guerra comercial com a China enfraqueceu significativamente a economia dos EUA. Por isso, para estimular a atividade econômica, o FED, cortou a taxa de juros pela terceira vez desde junho", disse à RT o diretor adjunto do Loko Bank, Andrei Lyushin.
Um relatório da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, sugere que a economia do país pode entrar em recessão já na segunda metade de 2020, em função do confronto comercial com a China.
Outro fator que contribui para a desaceleração é o esgotamento do estímulo econômico fornecido pela reforma tributária da administração Trump, aprovada no ano passado.
"Desde o início de 2019, o fator da reforma tributária se esvaiu, enquanto o lucro das empresas norte-americanas está aumentando a taxas de dois dígitos", notou o gerente de portfólios da companhia de investimentos QBF, Denis Ikonnikov, em entrevista à RT.
Apesar do corte das taxas de juros normalmente ser uma política aplicada para estimular a economia, neste caso ela teve o efeito indesejável de reduzir o interesse dos investidores na moeda norte-americana.