Militares estadunidenses não estão preparados para enfrentar as ameaças da guerra eletrônica em caso de conflito militar com a Rússia ou a China, segundo tenente-general Gary Lyke dos EUA, citado pelo portal Breaking Defense.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, Aleksei Podberezkin, diretor do Centro de Pesquisas Políticas e Militares do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO, na sigla em russo), concordou que os militares norte-americanos "estão relaxados".
"Neste caso, os problemas das Forças Armadas dos EUA estão ligados a condições favoráveis do seu desenvolvimento. Primeiramente, é a geografia dos EUA", disse Aleksei Podberezkin.
Especialista explicou que os EUA estão localizados muito longe e neste sentido "se sentem à vontade". Já a Rússia enfrenta condições muito mais difíceis, adicionou o analista militar.
"No perímetro das fronteiras da Rússia há enorme quantidade de bases, meios da guerra eletrônica. Nós somos obrigados a reagir, por isso estamos sempre em condições de guerra eletrônica, temos experiência real", explicou.
Segundo Podberezkin, o fator geográfico obriga que a Rússia sempre "esteja atenta, se desenvolva e treine".
Como o segundo fator, Aleksei Podberezkin destacou o uso primordial dos EUA de armas de ataque. É por isso que não dão tanta atenção aos meios de defesa de guerra eletrônica.
Atraso norte-americano
Segundo o portal Breaking Defence, as tropas estadunidenses se esqueceram das lições básicas da guerra eletrônica.
"Nós estamos melhorando a um ritmo mais lento do que estamos encontrando novos problemas", afirmou o tenente-coronel Gary Lyke.
O portal militar ainda reforçou que, durante treinamentos, soldados estadunidenses nem desligam celulares, deixando, assim, escapar localização exata.
Segundo o tenente-coronel dos EUA, militares americanos sempre se esquecem de elaborar um plano de ações em caso de erro ou falhas na comunicação principal e se alguém passa para um canal adicional, ninguém o ouve porque ninguém se lembra disso.
O tenente-coronel estadunidense está seguro de que a Rússia e a China vão usar estas falhas. "Se você perguntar se estamos prontos ou não no EMS [Espectro Eletromagnético], eu diria que não", assumiu Gary Lyke.