Investigadores brasileiros disseram na semana passada que um navio-tanque de bandeira grega chamado Bouboulina e de propriedade da Delta Tankers Ltd era suspeito como a possível causa do derramamento de óleo. A Delta negou a responsabilidade, dizendo que a embarcação chegou ao seu destino sem perder combustível ou parte da carga.
Nesta quarta-feira, a Delta Tankers afirmou em comunicado que havia sido notificada da investigação. A empresa também informou que as autoridades brasileiras nomearam outros quatro navios-tanques como suspeitos: Maran Apollo, Maran Libra, Minerva Alexandra e Cap Pembroke.
A Marinha do Brasil declarou que não comentaria a informação acerca das novas embarcações suspeitas.
O Maran Apollo e o Maran Libra são dois VLCC (transportadores de petróleo muito grandes), capazes de transportar mais de 300.000 toneladas de petróleo, ambos de propriedade da empresa grega Maran Tankers Management Inc.
De acordo com informações do sistema de rastreamento de embarcações no terminal de Eikon, em Refinitiv, os dois navios pararam na Venezuela e depois passaram perto da costa nordeste do Brasil a caminho da Ásia nos últimos 180 dias.
A Maran Tankers Management não retornou imediatamente uma solicitação de comentário.
Já o Minerva Alexandra é um navio-tanque Aframax com capacidade para transportar cerca de 100.000 toneladas. Ele pertence à Minerva Marine Inc, também uma empresa grega, e aparentemente carregou petróleo em um porto no golfo dos EUA antes de ir para a Ásia, passando também perto da costa nordeste do Brasil, a caminho do sul.
Por sua vez, o Cap Pembroke é um navio-tanque Suezmax com capacidade para 156.000 toneladas, de propriedade da empresa belga Euronav NV. O navio parecia estar operando apenas rotas nas Américas nos últimos seis meses, entre o Canadá e o Brasil, com paradas no golfo dos EUA.
Tanto a Minerva Marine quanto a Euronav não retornaram pedidos de comentários nesta quarta-feira.
Do final de agosto até o final de outubro, o óleo misterioso chegou à costa em nove estados brasileiros, segundo a Polícia Federal, fechando centenas de praias e matando dezenas de animais. Voluntários que tentam limpar o petróleo sem equipamento adequado também ficaram doentes.