O ex-ministro da Saúde também avalia que a soltura do líder petista marcará uma "profunda mudança e uma grande reviravolta na conjuntura política brasileira".
O ex-presidente deixou a Superintendência da Policia Federal (PF) em Curitiba, onde estava preso desde 7 de abril de 2018, no final da tarde desta sexta-feira (8). Em discurso do lado de fora do local, ele disse que iria "circular pelo Brasil.
A defesa pediu sua libertação após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir barrar a prisão após condenação em 2ª instância. O entendimento da corte é que, salvo em casos de prisão provisória e preventiva, o réu só pode ser detido quando esgotados todos os recursos.
"Lula solto vai poder circular pelo país fazendo aquilo que ele faz de melhor, ouvir as pessoas, se aproximar do sofrimento do nosso povo. Ele tem uma facilidade de comunicação direta com a população. Significa um grande fortalecimento do campo democrático e de centro-esquerda do Brasil", afirmou Padilha.
O julgamento levou um grupo de senadores e deputados a iniciar uma campanha para que seja votada uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) permitindo a prisão logo após condenação em 2ª instância.
Nesta sexta-feira, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou na Secretaria-Geral da Mesa do Senado Projeto de Lei (PL) que disciplina e permite a prisão em segunda instância. O parlamentar disse à Sputnik Brasil que a medida pode reduzir o "fantasma" da impunidade.
'Rasgar a Constituição'
Além disso, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), Simone Tebet (MDB-MS), decidiu colocar em pauta PEC para permitir prisão após condenação em 2ª instância.
Padilha acredita que o tema "vai fazer parta da disputa política, do enfrentamento e da polarização". No entanto, o ex-ministro não acredita que a pauta avance no Congresso.
"Será pautada, mas penso que não existe maioria para fazer essa mudança e rasgar o que está escrito na Constituição", disse à Sputnik Brasil.