A arma inventada por Mikhail Kalashnikov combate há dezenas de anos por todo o mundo e não planeja se retirar. A Sputnik falou com alguns militares que usaram a arma e descobriu o que significa o AK para eles.
Defensor com mira
O batedor do Exército soviético no Afeganistão Ilias Daudi diz que o AK nunca o decepcionou, fossem quais fossem as condições.
"Esse fuzil está associado para mim com a guerra. É a alma do soldado, seu defensor, seu anjo da guarda", disse Daudi.
O militante adiciona que, quando ia combater, antes de mais era com o AK que contava.
Um participante da Segunda Guerra da Chechênia, na Rússia, Nikolai Nikulnikov chama o AK de símbolo do país.
"Quando você segura o fuzil nas mãos, você se sente verdadeiramente homem. Sabe que pode proteger alguém", disse ele.
'No início eu tinha medo'
O herói da Rússia Eduard Tseev, que também participou da Guerra da Chechênia, está seguro de que o AK é uma arma que permanecerá ao longo dos séculos.
"Todo o meu serviço, todas as patrulhas foram ligadas com o fuzil Kalashnikov. No início eu tinha medo – pela primeira vez peguei ele nas mãos na escola, na lição de preparação militar", disse Tseev.
"Nenhum M-16 [fuzil estadunidense] se compara", adiciona ele.
Duas balas
Veterano da guerra no Afeganistão, Sergei Goncharov, chama seu AK de salvador, que em um minuto crítico foi literalmente um escudo para ele.
"Durante uma operação no Afeganistão […] três balas estavam voando contra mim. Duas chegaram ao fuzil. Se não tivesse o Kalashnikov, não estaria vivo", conta Goncharov.
O herói da União Soviética Gennady Zaitsev sublinha que "durante a guerra em Vietnã até os soldados norte-americanos procuravam obter os AK".
"Sob todos os pontos de vista, é uma arma perfeita", diz Zaitsev.
Zaitsev lamenta que muitos países tenham passado a produzir Kalasnnikovs sem patentes, roubando assim ao país inventor o rendimento que lhe compete.