Em entrevista concedida à BBC Brasil, Bannon avaliou que a saída de Lula da prisão, após a mudança de entendimento acerca das prisões depois de condenações em segunda instância no país, vai significar "a volta da corrupção".
"Acho que Lula é um dos políticos e indivíduos mais cínicos e corruptos no mundo. [O ex-presidente dos EUA Barack] Obama se referiu a esse cara como 'o cara' [...]. Lula é o esquerdista o mais celebrado da história do mundo. O que eu chamo reino do terror financeiro e da corrupção… Foi Lula que fez essa roda girar em conchavo com um bando de políticos corruptos brasileiros", comentou.
Apoiador do atual presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PSL) e com proximidade com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do mandatário, Bannon pontuou ainda que a presença de Lula fora da cadeia "vai causar uma enorme perturbação política no Brasil".
Por outro lado, continuou Bannon na mesma entrevista, o governo Bolsonaro pode acabar fortalecido por conta do antipetismo presente no Brasil. "Acho que os seguidores dele [Bolsonaro] verão a importância de continuar empurrando a agenda dele com um senso extra de urgência", acrescentou.
Longe da Casa Branca desde o primeiro ano do governo Trump, Bannon é visto como o principal articulador de um movimento internacional de direita, que tem Bolsonaro, o ex-ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, o premiê húngaro Viktor Orban, entre outros, como seus principais expoentes.
Na opinião do ex-assessor do presidente norte-americano, a "figura trágica" – como ele também se refere a Lula – deveria estar presa, pois tentará "impedir tudo o que Bolsonaro está tentando fazer". Além das reformas e do combate a corrupção, Bannon deu a entender que a soltura de Lula estaria colocando a soberania brasileira em risco.
"Agora que está livre, Lula vai virar um imã para a esquerda global se intrometer na política brasileira. Ele é o 'poster boy da esquerda globalista'. Entre todos no mundo, ele é o maior ídolo, agora que Obama está fora da política. E até Obama se referiu a ele. Com Lula, toda a corrupção antiga vai voltar", sentenciou.
Recentemente, Bannon cancelou uma viagem que faria ao Brasil, concentrando-se em uma campanha interna de defesa de Trump contra o processo de impeachment que está em andamento no Congresso dos EUA.