Em declaração feita a jornalistas, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, reconheceu Jeanine Áñez como presidente temporária da Bolívia.
"Nós vemos aqui uma determinada circunstância, que temos em consideração, que será exatamente ela [Jeanine Áñez] que será considerada líder da Bolívia até ser resolvida a questão da sucessão presidencial por meio de eleições", declarou Ryabkov.
Entretanto, a autoridade russa ressaltou a desconfiança da Rússia pela falta de quórum no parlamento boliviano durante a votação da candidatura de Jeanine Áñez.
Sergei Ryabkov também criticou os eventos antecessores à renúncia do ex-presidente Evo Morales e os categorizou como sendo equivalentes a um golpe de Estado.
"Tudo o que antecipou a troca de poder [na Bolívia] nós consideramos como atos equivalentes de fato a um golpe de Estado."
Ainda no último dia 11, a chancelaria russa já havia expressado preocupação com a crise na Bolívia.
"Observamos com preocupação o desenvolvimento dramático dos eventos na Bolívia, onde a onda de violência provocada pela oposição não permitiu que Evo Morales terminasse o seu mandato", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em nota.
Crise na Bolívia
O país tem sido palco de protestos realizados majoritariamente por simpatizantes da oposição boliviana, insatisfeitos com os resultados das últimas eleições do dia 20.
Na ocasião, o ex-presidente Evo Morales havia anunciado vitória sobre os candidatos da oposição, ao passo que denúncias de fraude no pleito foram registradas.