O Universo é governado por quatro forças fundamentais: gravitacional, nuclear fraca, eletromagnética e nuclear forte. No entanto, rumores de uma quinta força são de longa data, sem que cientistas consigam provar sua existência. Até agora. Talvez.
Um novo estudo, realizado por Attila Krasznahorkay e seus colegas do Instituto de Pesquisa Nuclear da Hungria, revela que pesquisadores encontraram o que suspeitam ser um novo tipo de bóson [classe de partícula] na desintegração de um isótopo de berílio em 2016.
O berílio-8 emite luz enquanto se desintegra. Se a luz emitida for forte o bastante, o elemento dispara tanto um elétron como um pósitron que se repelem em um ângulo previsível. Baseando-se nos atuais conhecimentos sobre a física, em especial a lei de conversão de energia, conforme a luz aumenta, o ângulo "previsível" deveria diminuir. Porém, não exatamente.
Três de nossas quatro forças fundamentais têm bósons que guiam suas forças de atração e repulsão. Teoricamente, a gravidade é controlada por uma partícula, conhecida por cientistas como "gravitação" e que nunca foi detectada ou observada.
O novo bóson não poderia ser confundido com um de seus pares existentes já que possui uma massa diferente – 17 megaeletronvolts (ou aproximadamente 33 vezes superior à massa de um eléctron). Eles também não "vivem" por muito tempo, durando somente de 10 a 14 segundos.
A equipe de pesquisadores queria replicar a teoria sobre uma possível quinta força governada por um novo bóson, mas mudaram o foco da pesquisa do berílio para o hélio nuclear, em que os pares de elétrons e pósitrons também são separados em um ângulo que não se alinha como o atual modelo (115° graus).
Através da aplicação da engenharia reversa em suas observações, a equipe concluiu que o núcleo do hélio poderia também ter produzido um bóson de vida curta com uma massa de em torno de 17 megaeletronvolts. Portanto, este bóson foi apelidado de X17.
O último estudo ainda será revisado, mas as pesquisas anteriores da equipe foram aceitas pelo jornal Physical Review Letters.
Uma vez que as descobertas sejam minuciosamente avaliadas, talvez possamos alcançar uma solução para compreender com mais profundidade a matéria escura, que constitui boa parte do Universo.