Philip Klinkmuller, especialista no mercado de ouro, explica o que os recentes acontecimentos podem representar para o metal precioso. Em entrevista, o especialista falou sobre a "fraqueza estrutural" do mercado e deu sugestões aos investidores à Sputnik Alemanha.
Em meados de novembro, o preço do ouro caiu inesperadamente. Embora a cotação tenha aparentemente se estabilizado, novos relatórios econômicos sugerem futuras desvalorizações. Na última quarta-feira (27), a cotação se situou em 1.458 dólares (6.187 reais), enquanto no fim de agosto o valor era superior a 1.550 dólares (6.365 reais).
O analista Philip Klinkmuller, que é economista na companhia de investimentos Hopf & Klinkmuller Capital Management, baseada em Stuttgart, expressou a sua visão sobre o panorama atual:
"Qualquer recuperação do preço é relativamente visível no atual panorama. Nas últimas semanas, tivemos o valor mínimo de 1.446 dólares [6.136 reais] por onça. Agora nem mesmo alcançamos 30 dólares [127 reais] acima desse valor", afirma o analista, enfatizando que uma recuperação real no ouro se manifestaria de outra forma.
Klinkmuller comenta que existem preparativos para dois cenários: ou a cotação do metal continuará a baixar até chegar a 1.470 dólares (6.238 reais) ou se desenvolverá na forma de recuperação temporária. Tal desenvolvimento poderia empurrar o preço até 1.500-1.512 dólares (entre 6.365 e 6,416 reais) por onça.
A tendência de valorização do metal já acabou?
Outros fatores negativos podem levar a uma desvalorização do ouro nas próximas semanas e meses: "Julgando pelos gráficos de movimento e sinais dos compradores, estimamos que o mercado enfrentará uma venda massiva", alerta Klinkmuller.
"O mercado de ouro está passando por uma turbulência violenta", afirma Klinkmuller.
Por outro lado, o especialista Dmitry Spek revelou à Sputnik alguns dias atrás que o mercado de outro ainda tem "perspectivas brilhantes". No curto, médio e longo termo, o preço do metal precioso aumentará, acredita:
"Estamos distante de um mercado do ouro em baixa", esclareceu.
No entanto, diversas questões continuam em aberto: saber como o panorama do ouro continuará a se desenvolver e se realmente é possível virmos a ter outra tendência de valorização, agrega Klinkmuller.
"Não excluímos que a cotação suba novamente para um valor superior a 1.566 dólares [6,645 reais] por onça. Porém, estamos atualmente excluindo a possibilidade de que o preço do ouro ultrapasse os 1.920 dólares [8.147 reais]. Somente esta tendência de valorização seria realmente sustentável", conclui o especialista.
Ainda de acordo com o analista de Stuttgart, o mercado em breve enfrentará uma violenta correção que pode vir a desvalorizar o ouro ainda mais.
"Vemos isso nos gráficos de um ponto de vista estrutural. A atual estrutura construída pelo mercado não dá esperanças de que estejamos lidando com uma valorização sustentável".