O especialista militar Yuri Knutov explicou ao serviço russo da Rádio Sputnik qual é a diferença do atual sistema de defesa antimísseis.
Atualmente, a Rússia dispõe de um sólido campo de radar do sistema de alerta rápido para ataques de mísseis. Esse complexo inclui radares Voronezh, que permitem rastrear lançamentos de mísseis balísticos.
O novo sistema consistirá em estações de radar além do horizonte do tipo Konteiner, a primeira das quais entrou em funcionamento no domingo (1º) na república russa de Mordóvia.
Detectar ataque com antecedência
Na opinião de Knutov a estação de radar Konteiner tem capacidades únicas.
"Radares comuns veem até o horizonte, o alcance de 110-130 quilômetros, mas estações como Konteiner dão radiação à ionosfera. Assim, a 'zona morta' está localizada no território do nosso país, e tudo o que diz respeito às ameaças dos países do bloco da OTAN é esclarecedor. Estas estações até veem aviões como o F-35, que são feitos com tecnologia furtiva. Finalizamos um problema muito sério – podemos ver todos os alvos a uma distância de até dois mil quilômetros", disse.
Segundo o analista russo, o próximo passo será tomado na direção ártica, onde fica a distância mais curta entre os EUA e a Rússia, "pois se houver um ataque de mísseis de cruzeiro, ele deve ser detectado com antecedência".
"Tais estações tornarão possível detectá-lo a dois mil quilômetros de distância e refleti-lo com quase 100% de probabilidade. As estações Voronezh fecharam todo o espaço dos mísseis balísticos intercontinentais. Elas olham para cima, e todos os mísseis ao alcance máximo são detectados. Temos o S-400 em combate, e o S-500 a caminho. Acredito que estas são soluções únicas concebidas para proteger toda a Rússia de possíveis ameaças militares e do uso dos meios mais avançados, incluindo armas hipersônicas avançadas, que só aparecerão nos países da OTAN", conclui Yuri Knutov.