"Cada dia mais estamos longe do policial na rua armado por conta do uso da inteligência e da tecnologia", diz o diretor da Tróia Intelligence Ricardo Gennari.
Câmeras com reconhecimento facial e de iris, redes de câmeras de vigilância públicas e privadas integradas e drones para filmar as ruas são alguns dos usos mais recentes que a tecnologia pode oferecer. Já no caso brasileiro, Gennari avalia que o país antes ainda precisa "fazer o básico", como integrar sistemas de inteligência, para então poder investir em uma "polícia mais eficiente com o uso de tecnologia".
"Em Londres, você não vê policiais nas ruas, mas você vê a efetividade rápida que tem. No atentado terrorista da semana passada, a polícia chegou muito rápida para ação porque o sistema de tecnologia foi muito bem implantando", afirma.
Ataque terrorista revindicado pelo Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia) em Londres deixou duas pessoas no dia 29 de novembro. Usman Khan matou duas pessoas com uma faca antes de ser baleado e morto pela polícia.
O diretor da Tróia Intelligence destaca uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo que permite a interação entre Estado e sociedade na segurança pública: o aplicativo SP+Segura. De acordo com Gennari, os usuários podem cadastrar as câmeras de vigilância de suas casas ou condomínios à rede pública, dessa maneira aumentando o alcance da polícia e das autoridades.
Com o aumento do poder do Estado e de sua capacidade de vigilância, Gennari destaca que auditorias e controles são necessários para evitar abusos, mas não vê motivos para preocupação.
"O que é mais importante: a nossa liberdade ou a nossa segurança? Não só o Estado, como também a sociedade, vai precisar [pensar] qual é o limite da segurança e qual o limite da invasão da privacidade e dos abusos da tecnologia na área de segurança. Por outro lado, eu vejo o seguinte: as pessoas do bem não tem que se incomodar com isso."