Gleisi Hoffmann atribui os protestos que acontecem em países como o Chile a um fracasso do modelo econômico neoliberal.
"Não estamos alarmados com os protestos e com o desenvolvimento das manifestações. Na América Latina existe uma disputa sobre qual seria o modelo modelo econômico implementado. Nos países onde o modelo neoliberal existe há muito tempo, nós vemos pessoas nas ruas protestando pela falta de direitos, pela precariedade das condições de vida e pela situação econômica. O Chile é um exemplo claro disso, assim como na Argentina. Alberto Fernández e Cristina Kirchner ganharam uma eleição porque a política econômica de Macri é uma política que empobreceu o povo argentino", disse a presidente do PT.
Para Gleisi Hoffmann é possível que vejamos uma reação do povo brasileiro ao que ela chama de "desmonte do estado de bem-estar social no Brasil pelo governo do presidente Jair Bolsonaro".
"O que nós estamos vendo na América Latina é uma luta do povo para que seus direitos não sejam retirados. Aqui no Brasil com certeza haverá a reação, e isso não é um chamado de partido A ou B. É uma realidade que vai se impor ao povo brasileiro. Nós começamos a construir um estado de bem-estar social a partir da Constituição, que foi aprofundado nos governos de Lula e Dilma. Esse estado está sendo desmontado. O Brasil é um país pobre com tantas pessoas sem proteção social, sem estímulo para a economia se desenvolver, gerar empregos e condições de vida digna para povo. Obviamente que a população vai entender isso e vai protestar", afirmou.
A presidente do PT também falou sobre a situação da Venezuela. Gleisi Hoffmann disse que o PT reconhece o resultado das eleições que concedeu ao presidente Nicolás Maduro mais um mandato e se posicionou contrária a uma intervenção estrangeira no país.
"Nós somos contra intervenção na Venezuela ou em qualquer outro país. A nossa posição é pela autodeterminação dos povos, e nós reconhecemos o resultado eleitoral da Venezuela. Os problemas da Venezuela tem que ser resolvidos na Venezuela pelos venezuelanos, não com intervenção de qualquer outro país, muito menos os Estados Unidos", disse.
No final de novembro, Gleisi Hoffmann foi reeleita com 71,5% dos votos em eleição indireta de filiados do PT para mais quatro anos na presidência da sigla.