Líder da tribo maori, Pouroto Ngaropo, bloqueou acesso à Ilha Branca e ao vulcão Whakaari até que os rituais funerários dos mortos na tragédia sejam encerrados.
"Whakaari é a minha conexão com o oceano, com a terra e com o ambiente a minha volta [...] somos todos um e ele [o vulcão] é nosso ancestral", afirmou o líder maori, de 51 anos de idade.
A tribo conduzia passeios turísticos à ilha do vulcão. Dois de seus barcos, que saíram ao mar na segunda-feira, não retornaram.
"Nós não podemos [nos aproximar], porque Whakaari está de luto, seus descendentes faleceram e seus corpos ainda estão na ilha", afirmou.
As restrições de acesso ficarão em vigor até que todas as famílias tenham recebido os restos mortais das vítimas.
Mesmo assim, muitas questões permanecerão em aberto para a tribo Ngati Awa.
Não está claro se as atividades turísticas, que provêm sustento para as pequenas comunidades da região, poderão ser retomadas, reportou a Reuters.
Além disso, a posse legal da ilha é nominalmente de uma família chamada Buttle. A privatização do local foi estipulada pelo governo colonial da Nova Zelândia, em 1867.
Mas relatório de tribunal local declarou recentemente que a tribo Ngati Awa tem interesse na terra e, provavelmente, não teve a oportunidade de se expressar perante a corte na época.
"As coisas vão mudar, e a ordem espiritual das coisas será retomada, a conexão com o ambiente [...] e a conexão entre nós, então se trata de uma mensagem muito importante [...] Whakaari está falando conosco", concluiu Ngaropo.
A Nova Zelândia foi colonizada pelos ingleses a partir do século XVII. Batalhas travadas entre os anos de 1801 e 1840 dizimaram de 30.000 a 40.000 maoris. O Reino Unido governou a ilha até 1907.