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Homenagem de vereador do Rio de Janeiro a Kim Jong-un provoca polêmica na Internet e no PSOL

© ©KCNAA jornada ao monte Paektu, que fica próximo à fronteira da China, foi amplamente noticiada na Coreia do Norte
A jornada ao monte Paektu, que fica próximo à fronteira da China, foi amplamente noticiada na Coreia do Norte - Sputnik Brasil
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Moção de Louvor ao governo da Coreia do Norte e ao seu líder, Kim Jong-un, requerida por Leonel Brizola Neto (PSOL) na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, provocou polêmica no meio político e na Internet. 

No final do mês passado, o vereador se encontrou com representantes do corpo diplomático norte-coreano, em ato organizado pelo Centro de Estudos Songun do Brasil, que promove eventos e seminários relacionados ao país asiático. 

Brizola Neto apresentou na ocasião uma homenagem à Coreia do Norte na Câmara Municipal. 

"Por todo esforço de seu povo e de seu Máximo Dirigente, Excelentíssimo Senhor Kim Jong-un, na luta pela reunificação da Coreia e a necessária busca da paz mundial", diz a Moção de Louvor e Reconhecimento, datada do dia 29 de novembro. Homenagem semelhante foi feita ao embaixador do país em Brasília, Kim Chol-hok.

A moção chegou a ser registrada, no dia 10 de dezembro, pela agência estatal de notícias norte-coreana, a KCNA. 

Meses antes, em 21 de fevereiro, foi realizado na Câmara Municipal um seminário sobre as "Relações Norte-Sul na Península da Coreia e a Perspectiva de Reunificação", também Organizado pelo centro de estudos, com participação do vereador Leonel Brizola e do embaixador Kim Chol-hok.

PSOL divulgou nota condenando a iniciativa

O caso, no entanto, só veio à tona agora, gerando grande polêmica e fortes críticas ao vereador. O próprio partido de Brizola Neto, o PSOL, emitiu nota condenando a iniciativa e afirmando que não tinha participado da decisão. 

"A homenagem foi concedida através de moção individual solicitada pelo parlamentar, a qual, segundo o Regimento da Câmara Municipal, não necessita de apoio, nem votação. Esta ação não foi construída coletivamente pela bancada e não representa a posição do partido", afirmou o comunicado. 

A legenda ainda criticou o governo do país asiático. "O líder da Coreia do Norte é acusado de inúmeras violações de direitos, dentre elas, perseguições políticas, prisões arbitrárias e restrições às liberdades de expressão e de imprensa. O PSOL reafirma seu compromisso na defesa da democracia e dos direitos humanos", disse. 

Colegas de sigla usaram as redes sociais para criticar Brizola Neto, como por exemplo o deputado Marcelo Freixo. 

​Os também deputados David Mirand e Sâmia Bomfim foram outros psolistas que utilizaram o Twitter para condenar a homenagem. 

​Companheiro de Brizola Neto na Câmara Municipal, o vereador Tarcísio Motta elogiou o mandato do vereador, mas ressaltou que a iniciativa foi individual. 

​A polêmica, no entanto, fugiu do círculo do PSOL e chegou até personalidades da Internet. O youtuber Felipe Neto escreveu um texto irado contra a homenagem. 

​O também vereador pelo Rio Carlos Bolsonaro, que voltou às redes sociais recentemente, aproveitou para criticar o partido rival. 

​Após a repercussão negativa, Leonel Brizola Neto postou mensagem para explicar a situação. Além disso, em nota divulgada para a imprensa, disse que a moção "foi motivada pelas conversas de paz estabelecidas na Península ao longo do ano de 2019”. 

Além disso, afirmou que a "unificação e desnuclearização da região é de interesse global", por isso, "com base na autodeterminação dos povos, é vital que tenhamos boas relações com Pyongyang e que possamos usar o histórico de paz e concórdia que o Brasil acumulou através dos tempos para contribuir nesse processo de pacificação". 

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