Frente à aparente paralisia da diplomacia dos EUA na questão norte-coreana, os chefes de governo da China, Li Keqiang, Coreia do Sul, Moon Jae-in e Japão, Shinzo Abe, reuniram-se, esta terça-feira (24), na cidade chinesa de Chengdu.
"A Coreia do Sul, China e Japão […] concordaram em seguir em contato e cooperação para atingir a desnuclearização e paz duradoura na península coreana", declarou o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
Conforme se aproxima o fim do prazo estipulado pela Coreia do Norte para a retomada do diálogo com os EUA, no fim do ano, as tensões aumentam no Extremo Oriente.
"Nós concordamos que a paz na península coreana é tema de interesse comum aos três países e decidimos trabalhar juntos para garantir a desnuclearização e a paz através [da retomada] imediata do diálogo entre a Coreia do Norte e os EUA", notou Moon.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, teria solicitado a cooperação dos demais líderes para fazer avançar o diálogo com Pyongyang acerca do repatriamento de cidadãos japoneses abduzidos pela Coreia do Norte durante as décadas de 70 e 80, reportou a agência Kyodo.
Escalada de tensões
Recentemente, o enviado especial dos EUA para a Coreia do Norte, Stephen Biegun, realizou um périplo pela Coreia do Sul, Japão e China para discutir a escalada de tensões na região.
Na semana passada, a China e a Rússia propuseram a retirada de algumas das sanções impostas contra a Coreia do Norte durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU. A medida teria como objetivo desbloquear o diálogo com Pyongyang.
No entanto, conforme reportou a Reuters, diante da oposição de Washington à retirada de sanções, Pequim pode ter dificuldades em convencer Seul e Tóquio a apoiarem a iniciativa.
Em junho de 2018, os líderes dos EUA e da Coreia do Norte realizaram em encontro histórico em Cingapura, para discutir a desnuclearização da península coreana. Após mais duas reuniões, os líderes não foram capazes de atingir um consenso sobre o futuro do programa nuclear e de desenvolvimento de mísseis norte-coreano.