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Flávio Bolsonaro pagou R$ 30 mil em espécie por móveis, diz MP

© Tânia Rêgo / Agência BrasilO filho mais velho de Jair Bolsonaro, então deputado estadual do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, concede entrevista aos jornalistas em frente ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora.
O filho mais velho de Jair Bolsonaro, então deputado estadual do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, concede entrevista aos jornalistas em frente ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. - Sputnik Brasil
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O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) usou R$ 30 mil em dinheiro vivo para pagar por móveis que estavam em apartamento que comprou em 2014, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro. 

A informação, de acordo com reportagem publicada na Folha de S.Paulo, foi obtida por meio de depoimento do antigo proprietário do imóvel, localizado na Barra da Tijuca, ao MP. O apartamento foi comprado por Flávio em 2014. 

Segundo a investigação, o senador fez 10 depósitos de R$ 3 mil. A utilização de dinheiro vivo é apontada pelo MP como indício de corrupção e maneira de fugir do controle do sistema financeiro. 

O MP suspeita de "rachadinha" no gabinete de Flávio quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro. A prática ocorre quando funcionários devolvem parte do dinheiro que recebem para um parlamentar, o que pode encobrir crimes como lavagem de dinheiro. 

Loja do senador foi alvo de busca e apreensão

No dia 18 de dezembro, loja de chocolates que tem como sócio o senador foi  alvo de busca e apreensão emitido pelo MP do Rio, que investiga movimentações financeiras suspeitas relacionadas a Flávio. Segundo o Ministério Público, a empresa pode ter sido usada para lavagem de dinheiro. 

Também foram cumpridos mandados em endereços ligados a Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e a outras pessoas relacianadas ao caso. A ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, está entre as investigadas. 

No dia 31 de julho de 2018, investigações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram ao Ministério Público indícios de movimentações financeiras atípicas envolvendo Queiroz, desencadeando as investigações de possível prática de rachadinha no gabinete de Flávio na Alerj.

Empresário vendeu imóvel para Flávio

O caso tinha ficado suspenso até novembro, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o compartilhamento pela Receita Federal, sem necessidade de autorização judicial, de informações bancárias e fiscais sigilosas com o Ministério Público e as polícias.

Em relação ao apartamento na Barra, Flávio e a mulher, Fernanda, compraram o imóvel do empresário David Macedo Neto por R$ 2,55 milhões.

O valor foi quitado por meio de cheques, transferências do casal e um financiamento do banco Itaú. A família do senador vivia no local até se mudar para Brasília em 2019.

Os pagamentos em dinheiro vivo foram identificados após a quebra do sigilo bancário do antigo proprietário, determinada pela Justiça em abril. Neto e outras 21 pessoas que compraram e venderam imóveis para Flávio foram alvo da medida. O MP suspeita de lavagem de dinheiro nas transações imobiliárias do parlamentar.

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