Essa arma secreta soviética ficou conhecida no Ocidente somente após a queda da URSS

© Sputnik / Aleksandr Polyakov Tanque de mísseis chamado "objeto 775", produzido na União Soviética, em exposição em museu militar
Tanque de mísseis chamado objeto 775, produzido na União Soviética, em exposição em museu militar - Sputnik Brasil
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Um tanque de guerra criado na União Soviética, designado "objeto 775", aguçou a curiosidade do Ocidente. Arma secreta só ficou conhecida após a queda ds URSS. Mas o que esse veículo tinha de especial?

Até 1991, ano da queda da União Soviética, nada se sabia sobre esse veículo blindado. O "objeto 775" é um dos chamados "tanques de mísseis" secretos. Ele recebeu esse nome não porque utilizasse um motor de mísseis, mas porque estava armado com mísseis antitanque.

Na década de 1960, quando os mísseis foram desenvolvidos, havia uma teoria militar bastante difundida denominada "onipotência da tecnologia de mísseis". Na época, acreditava-se que os mísseis substituiriam por completo a artilharia de grande calibre.

Um fervoroso defensor dessa teoria era o então líder da União Soviética, Nikita Khruschev. Ele acreditava ser necessário acoplar mísseis em todas as divisões das Forças Armadas. Projetos destinados a aumentar o uso de mísseis atraíam financiamentos generosos. Então, em 1964, foi lançado o projeto "objeto 775" - um tanque de design incomum.

© Sputnik / Valery ShustovEx-líder da União Soviética, Nikita Khruschev, durante viagem à então República Árabe Unida.
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Ex-líder da União Soviética, Nikita Khruschev, durante viagem à então República Árabe Unida.

Em cima do tanque foi instalado algo que parecia uma torre de armas: parecia um canhão, mas era um lançador Rubin de calibre 125 mm, capaz de disparar mísseis Bur a uma distância de 4 km, reportou a Yahoo Notícias do Japão. 

O design do tanque era bastante complexo. A cabine interna era bastante reduzida e, por isso, a tripulação máxima era de dois militares. O comandante acumulava a função de motorista. Para efetuar os disparos, eram acoplados sete mísseis ao carregador. Ao fim da operação, o tanque podia ser carregado novamente.

O desenvolvimento do tanque enfrentou muitas dificuldades imprevistas. O lançador Rubin era difícil de operar e tinha baixa precisão. Algumas peças do tanque quebravam com certa frequência. Devido ao seu tamanho reduzido, o tanque tinha uma caixa de câmbio pouco confiável. Além disso, ao testar um protótipo, verificou-se que a visibilidade do tanque era um tanto insatisfatória. Os problemas acumularam-se e, no final, o desenvolvimento do veículo foi interrompido.

© Sputnik / Evgeniya Novozhenova / Acessar o banco de imagensUma Katyusha, lançador múltiplo de foguetes utilizado pelo Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, é visto na marginal do rio Moscou na capital russa em 9 de maio de 2017
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Uma Katyusha, lançador múltiplo de foguetes utilizado pelo Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, é visto na marginal do rio Moscou na capital russa em 9 de maio de 2017

Em 1964, Nikita Khrushchev foi removido de seu posto, e com ele, a ideia de um "tanque de mísseis". Algum remanescente do entusiasmo pela teoria da onipotência dos mísseis permaneceu: houve a tentativa de instalar o lançador de mísseis IT-1 a tanques soviéticos. Cerca de 200 cópias desses veículos chegaram a ser produzidas.

Os planos de desenvolvimento do "tanque de mísseis" eram desconhecidos no Ocidente até ao colapso de URSS.

Hoje, o tanque está em exibição no Museu de Tecnologia de Tanques em Kubinka, perto de Moscou. O "objeto 775" chegou ao século XXI e agora está cumprindo uma nova missão: ensinar e entreter.

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