O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, em entrevista à Sputnik Brasil, declarou que a balança comercial de 2019 mostrou que o Brasil não teve "nenhuma direção no comércio exterior".
"Porque nas exportações de commodities, que não temos nenhum controle nem sobre os preços nem sobre a quantidade, teve uma queda no mercado internacional, as exportações de produtos de manufaturados, que tem o principal destino a Argentina, caindo por conta da crise na Argentina", disse o especialista.
O presidente da AEB observou que as importações também caíram porque a previsão inicial no início de 2019 era que o Brasil teria um crescimento de 2,5% ou 3%, e esse crescimento não vai se concretizar, ficando na faixa de 1%.
A soma das exportações foi de US$ 224,018 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 177,344 bilhões.
Na comparação ao ano anterior, as exportações caíram 7,5% e as importações 3,3%. De acordo com o governo, os dois recuos explicam a queda no saldo positivo da balança.
"No fundo nós tivemos queda de exportação, importação, e o superávit, embora isoladamente seja um ótimo número, mas esse superávit não gera atividade econômica, gera apenas uma diferença entre exportação e importação", destacou José Augusto de Castro.
"O que é importante pra nós é a corrente de comércio, ou seja, o somatório da exportação e importação. E esses dois fatores foram negativos", completou o especialista.