Na saída do Palácio do Planalto, Bolsonaro declarou que iria se reunir com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, para saber mais detalhes a respeito da operação autorizada pelo presidente estadunidense Donald Trump.
Outro tema da pauta com Heleno, prosseguiu Bolsonaro, será o impacto sobre o preço do petróleo em todo o mundo com a morte de Soleimani, um dos homens mais poderosos do Irã e comandante da unidade Força Quds, do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, após um ataque dos EUA na noite desta quinta-feira (horário de Brasília).
"Eu não posso tabelar nada. Vou conversar com quem entende", resumiu o presidente brasileiro, destacando que soube durante a madrugada do tema.
Além de Soleimani, o ataque dos EUA em Bagdá matou outras sete pessoas. Teerã já avisou que irá se vingar pela morte do general, sem dar mais detalhes sobre o que planeja realizar.
Encruzilhada para o Brasil
Em seu primeiro ano como presidente do Brasil, Bolsonaro adotou uma política de alinhamento automático com várias políticas da administração Trump, com resultados questionáveis segundo especialistas. Isso não impediu, contudo, que Brasília tentasse aprofundar suas relações com a China, hoje o principal adversário de Washington no campo econômico.
Em seu passado como deputado federal, Bolsonaro fez várias críticas ao Irã e, como líder do Brasil, Bolsonaro se aproximou consideravelmente de Israel, principal rival de Teerã no Oriente Médio e na área do golfo Pérsico. Entretanto, os iranianos são um dos principais destinos das exportações brasileiras naquela área do planeta.
No ano passado, o embaixador do Irã em Brasília, Seyed Ali Saghaeyan, pediu que o governo brasileiro trabalhasse de maneira pragmática em prol de uma relação histórica entre os dois países.
"Construir uma relação forte e amigável entre países leva tempo e precisa de muito investimento. Mas é possível destruir essa relação muito fácil e rapidamente", sentenciou.