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Bolsonaro quer manter negócios com Irã, mas reage à convocação de diplomata em Teerã

© Folhapress / Paulo Guereta / Photo PremiumChanceler Ernesto Araújo ao lado do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo
Chanceler Ernesto Araújo ao lado do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo - Sputnik Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro reagiu nesta terça-feira à convocação feita pelo governo do Irã da encarregada de negócios da embaixada do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes, para prestar esclarecimentos a respeito da nota do Itamaraty sobre a morte do general Qassem Soleimani.
"Estou aguardando", resumiu Bolsonaro, que terá até o final do dia uma reunião com o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, para tratar da convocação da diplomata brasileira em Teerã.

Alinhado com os Estados Unidos desde o início do seu governo, Bolsonaro acrescentou que quer continuar fazendo negócios com o Irã – principal parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio e no golfo Pérsico –, e que Brasília rejeita todas as formas de terrorismo "em qualquer lugar do mundo".

Segundo o Itamaraty, a representante brasileira foi convocada junto com oficiais de outros países para um encontro com autoridades do Irã, sendo a principal pauta os "eventos em Bagdá", referindo-se ao ataque dos EUA que assassinou Soleimani.

O ministério brasileiro também informou que a conversa foi calma e cordial, mas que não haveria comentários adicionais sobre o teor do diálogo com a Chancelaria iraniana.

A suspeita é que o Irã teria ficado irritado com a nota divulgada pelo Itamaraty na sexta-feira passada, horas após o assassinato de Soleimani. Nela, o ministério afirma dar "seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo".

"O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento", acrescentou o comunicado, endossado nesta segunda-feira por Bolsonaro, que foi além e disse que Soleimani "não era general".

A fala de Bolsonaro sobre isso foi interpretada como mais uma prova de alinhamento com Washington, que classificou o general iraniano como "terrorista".

A diplomacia iraniana no Brasil não se pronunciou oficialmente sobre o posicionamento do governo Bolsonaro.

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