De acordo com estimativas militares, a China tem cerca de 290 cargas nucleares. Embora este número seja muito menor que o da Rússia e dos EUA, a China continua a se modernizar e a desenvolver seu arsenal nuclear, estabelecido desde 1955.
Na opinião do especialista Richard Weitz, diretor do Centro de Análises Político-Militares do Instituto Hudson (EUA), o desfile militar de 1º de outubro de 2019, dedicado ao 70º aniversário da fundação da República Popular da China, confirmou que, nos próximos anos, Pequim deverá implantar mais armas nucleares e um "portfólio" de projéteis mais diversificados, como os mísseis balísticos intercontinentais Dong Feng (DF)-31AG e DF-41.
"Alguns esperam que o arsenal nuclear da China continue a melhorar quantitativa e qualitativamente, aproximando-se do da Rússia e dos EUA. De acordo com as estimativas deles, Pequim só considerará a possibilidade de negociar limitações estratégicas quando sua capacidade nuclear for semelhante à da Rússia e dos EUA. Mas, mesmo assim, é provável que Pequim insista que qualquer acordo se aplique tanto às forças nucleares quanto às convencionais de todas as grandes potências militares asiáticas", disse o analista.
Desenvolvimento de novas tecnologias
Para Weitz, se Pequim não limitar a sua acumulação de potenciais através do controle formal de armas ou outras medidas, os EUA e a Rússia "resistirão às limitações obrigatórias das suas próprias capacidades ofensivas e defensivas de mísseis".
"O renascimento da rivalidade entre grandes potências, o desenvolvimento de novas tecnologias militares estratégicas e outros desenvolvimentos requerem uma possível transição para uma nova abordagem", ressalta.
"Pequim mudou sua política sobre outras questões militares importantes, como a aquisição de porta-aviões ou bases estrangeiras, portanto mudar a posição da China nas negociações estratégicas sobre armas não é uma esperança inútil. Sem um maior apoio de Pequim, o controle estratégico de armas poderia morrer", acredita o especialista.