Para contornar inflação, venezuelanos querem receber em criptomoeda lançada pelo governo

© REUTERS / Carlos Garcia RawlinsPresidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mostra documento enquanto fala durante evento de abertura do comércio internacional do Petro, a moeda criptográfica desenvolvida pelo governo venezuelano, em Caracas, Venezuela, 1º de outubro de 2018
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mostra documento enquanto fala durante evento de abertura do comércio internacional do Petro, a moeda criptográfica desenvolvida pelo governo venezuelano, em Caracas, Venezuela, 1º de outubro de 2018 - Sputnik Brasil
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Com os preços subindo constantemente na Venezuela, muitos esperam que a criptomoeda lançada pelo governo em 2017, batizada de Petro, seja utilizada na economia.

Segundo dados da Assembleia Nacional, a inflação de mensal na Venezuela é de 30%.

Javier Suleta, de 68 anos, é aposentado e mora no centro da capital Caracas. Ele acredita que a criptomoeda estatal é uma "esperança".

"Eu vejo 2020 e a economia com muita esperança, espero que a ideia do Petro esteja consolidada, que essa opção tenha realmente se cristalizado e que tenha sido uma alternativa para todos os ensaios. E que isso possa compensar a forte ofensiva econômica que tivemos com tudo isso", diz Suleta à Sputnik. 

A esperança de Suleta e de outros venezuelanos é que seus vencimentos sejam depositados em Petro, para que seu poder de compra não seja prejudicado pela desvalorização da moeda nacional, o Bolívar. 

Os aposentados estão entre os mais afetados pela inflação já que a maioria dos trabalhadores estatais ou de empresas privadas recebe remuneração acima do salário mínimo estabelecido em bolívares, e alguns até mesmo recebem em dólares.

No entanto, os aposentados recebem, com o aumento anunciado neste mês, 250 mil bolívares. Segundo taxa do Banco Central da Venezuela, a quantia equivale a 3,4 dólares. Esta cifra consegue comprar meia caixa de ovos.

"Isso não basta, minha filha faz sobrancelhas, limpa a pele, vende sabonetes, faz de tudo para me manter. Meu marido e eu somos velhos e estamos aposentados, faz cerca de um ano que não conseguimos comprar queijo. Ou temos semanas em que temos que passar com um pacote de arroz e feijão preto. Depois de ter trabalhado a vida toda, quero de uma vez receber em Petro", diz a aposentada Trina Salcedo, de 64 anos. 
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