Uma nova ferramenta da NASA e da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos começou a buscar exoplanetas em janeiro. Trata-se do espectrógrafo NEID, instalado no deserto de Sonora no estado norte-americano do Arizona, nas terras da etnia indígena Tohono O'Odham.
Sua missão é precisamente seguir os astros nas imediações do nosso Sistema Solar e encontrar em suas órbitas corpos com massas semelhantes à da Terra. Com este fim processará os dados recolhidos pelo telescópio WIYN de 3,5 metros, instalado também no Arizona, no Observatório Nacional de Kitt Peak.
NEID detecta os exoplanetas ao medir o ligeiro efeito que estes têm na estrela que orbitam. Os planetas "se jogam" gravitacionalmente da estrela que orbitam, causando um pequeno "tremor" (uma mudança periódica na velocidade da estrela).
A magnitude do "tremor" é proporcional à massa do planeta em órbita, o que significa que as medições deste espectrógrafo poderiam ser utilizadas para determinar as massas dos exoplanetas. A tecnologia atual permite medir velocidades tão baixadas como 3,5 quilômetros por horas, no entanto NEID foi desenhado para detectar velocidades ainda mais baixas.
Em somente uma noite, a nova ferramenta pode observar entre 50 e 100 estrelas. Mediante um procedimento ótico complicado, a luz proveniente de cada estrela é registrada e se divide em uma variedade de longitudes de onda, algo que permite aos astrônomos tirar conclusões sobre o espectro "individual". Trata-se, segundo cientistas, de uma "assinatura" da composição química da luz estelar, sendo única em cada estrela.
Se um astro tem planetas orbitando-o, percebesse uma pequena mudança no espectro devido ao movimento em relação à Terra, de onde o observamos. Cada vez que se distancia ou se dirige em direção à Terra, as mudanças espectrais são proporcionais à velocidade desse movimento e registrá-los com precisão é fundamental para o funcionamento do NEID.