Karl Grossman, professor de Jornalismo na Universidade de Nova Iorque, foi convidado pela Sputnik Internacional para discutir o novo relatório do Relógio do Juízo Final e a Força Espacial que Trump busca criar.
"Adiantar o Relógio do Juízo Final para 100 segundos para a meia-noite é assustador", afirma Grossman. Ele salientou que o Boletim de Cientistas Atômicos, grupo que administra o Relógio do Juízo Final, culpa os líderes mundiais por permitirem que "se enfraquecesse a estrutura política internacional que administra estes problemas, tanto os relacionados à mudança climática como as questões da guerra nuclear".
Estabelecido em 1947, o ponto mais próximo alcançado pelo Relógio foi em 1953, quando os Estados Unidos testaram sua primeira bomba termonuclear: dois minutos para meia-noite. Já em 1991, com o fim da Guerra Fria, o relógio retrocedeu 17 minutos, representando uma diminuição das tensões mundiais.
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, manifestou o receio de que a exploração espacial se torne uma "situação de Velho Oeste", afirmando que os EUA deveriam "estabelecer as melhores práticas e normas" para as novas capacidades espaciais e as já existentes.
A base do Direito Internacional do Espaço foi originalmente criada através da assinatura do Tratado do Espaço Sideral em 1967, que inclui mais de 100 países. A criação da Força Espacial por Donald Trump, mandatário norte-americano, é considerada como uma violação do tratado, que busca evitar a militarização do Espaço.
"O grande objetivo da Força Espacial é de fato a dominação global", lamenta Kevin, coordenador do movimento Resistência Popular, em entrevista a Sputnik Internacional. "A partir do Espaço será possível controlar tudo, desde celulares a caixas de bancos e comunicações militares".
O professor Karl Grossman acrescenta que "não há retorno se o Espaço for militarizado", argumentando que a nova força "aumentará o risco de um conflito no Espaço".