O ano de 2019 foi marcado por inúmeras perdas para o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países), tanto nas suas zonas de atuação no Iraque quanto na Síria.
Desde a morte de seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, em uma operação militar norte-americana na Síria em outubro, até à grande perda de território tanto físico quanto na web, diferentes países e forças reduziram o poder do grupo.
Contudo, conforme informou a agência AP, o grupo aproveitou as tensões entre os EUA e o Irã para intensificar seus ataques, principalmente na Síria.
A razão disso seria o fato de os EUA terem cessado suas operações militares contra o grupo por temerem pela segurança de seus militares, enquanto as milícias iraquianas apoiadas por Teerã teriam focado sua ação contra os EUA, ao invés de manterem sua luta contra o Daesh.
Ataques
Segundo o pesquisador sírio Abdullah Suleiman Ali, a "tensão [entre os EUA e o Irã] de fato ajudará o Daesh, uma vez que todas as forças que o combatem ficaram ocupadas com outras questões", publicou a mídia.
Ainda de acordo com Rami Aburrahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos baseado no Reino Unido, "no dia em que o confronto americano-iraniano se iniciou, o Daesh começou a intensificar seus ataques".
Como exemplo, no último dia 14, um ataque fronteiriço do grupo a partir da Síria ao Iraque resultou na morte de um oficial iraquiano.
Logo em seguida, outros dois policiais iraquianos morreram, enquanto cinco ficaram feridos na região de Salahddine na sequência de uma investida do Daesh.
Também no dia 14, cerca de 2.000 cabeças de gado foram roubadas de um vilarejo próximo da cidade síria de Mayadeen. Na tentativa de frustrar a ação dos terroristas, pelo menos 11 militares sírios morreram, assim como dois pecuaristas.
A região também tem sido palco de violência contra a população civil, tendo o Daesh matado diversos pecuaristas e membros de forças curdas.
"Alguns civis não ousam sair de suas casas ao anoitecer por causa do medo do Daesh", declarou Omar Abu Laila, um ativista local.
Ofensiva online
Também na Internet os terroristas buscam atrair novos combatentes, assim como financiamento para suas ações.
Para tanto, o Daesh utiliza diversas plataformas de mensagens instantâneas e tem tentado usar contas hackeadas no Twitter.