Em manifestação realizada na manhã de quarta-feira (29), artistas, comerciantes e moradores da ilha realizaram um protesto intitulado "Paquetá convida Witzel para café da manhã na praça XV", exigindo explicações do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por ter declarado que os horários das barcas que realizam o trajeto Paquetá-Praça XV iriam ser mantidos.
Após o governador afirmar que os horários iriam ser mantidos, a concessionária CCR Barcas, que administra o transporte hidroviário no Rio, negou a informação. De acordo com relatos dos moradores, no dia seguinte à declaração de Witzel, muitas pessoas que dependem do transporte no seu dia-a-dia foram prejudicadas.
"Teve gente que foi trabalhar no sábado contando com o horário normal da sua vida, chegou lá e não tinha barca. Teve gente que foi estudar no sábado, chegou lá e não tinha barca, porque os horários já tinham sido modificados. Porque a grade perversa, a grade absurda, onde a gente perde mais de 50% das barcas do final de semana e quase 30% dos horários durante a semana, foi implementada, a grade foi implementada", afirmou a moradora da ilha, Conceição Campos, durante o ato.
"Paquetá está ficando completamente abandonada, porque os turistas quando chegam em Paquetá, o pouco turista que vai pra Paquetá se preocupa muito com a volta [...] Do jeito que está indo, Paquetá vai ficar uma cidade-fantasma. Porque agora ainda tem uns dias de férias, depois do carnaval Paquetá vai ficar esquecida, então estamos lutando para que as barcas voltem aos horários normais, porque se a barca funcionar no horário normal, a gente vai ter sempre a clientela no dia-a-dia", completou.
De acordo com o novo cronograma, são sete viagens diárias a menos, enquanto nos fins de semana e feriados, a rota sofrerá um corte de 11 travessias.
A CCR Barcas, por sua vez, alega que a alteração na grade visa reverter um prejuízo de R$ 7 milhões no serviço.