A administração Trump tem repetidamente referido durante os últimos anos o suposto desafio representado pela China à supremacia militar norte-americana, aumentando o confronto no mar da China Oriental bem como no mar do Sul da China, além de ter iniciado uma guerra comercial que, de acordo com Washington, tem como objetivo pôr fim às alegadas práticas de comércio desleal de Pequim.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, caracterizou a China como a "ameaça central dos nossos tempos", notando que a pauta do Partido Comunista da China não é "consistente com" os valores dos EUA.
Em declarações dadas a jornalistas em Londres nesta quinta-feira (30) após uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, Pompeo advertiu que enquanto a China apresenta grandes oportunidades econômicas para empresas ocidentais, os seus dirigentes "deixaram claro" que eles não compartilham valores ocidentais da área de tecnologia e comércio mundial a infraestruturas e capacidades militares.
"Enquanto ainda temos que ser extremamente vigilantes sobre o terror […] o Partido Comunista da China representa a ameaça central dos nossos tempos", afirmou Pompeo. De acordo com o diplomata, países ocidentais devem fazer tudo o que for necessário para "garantir que o próximo século seja governado" pelos princípios ocidentais e que a democracia ao estilo ocidental possa "permanecer sendo o modelo predominante" da governação mundial.
"Não se trata de uma porta dos fundos técnica. Eles [os chineses] entram pela porta da frente", avisou Pompeo, acrescentando que "quando é permitido que a informação de seus cidadãos ou informação da segurança nacional dos seus cidadãos passe por uma rede à qual o Partido Comunista chinês tem direito de obter, isso cria um risco".
Anteriormente, o Conselho de Segurança Nacional britânico, onde Boris Johnson presidiu as conversações sobre a concessão de um papel ao gigante chinês da tecnologia nas redes 5G do Reino Unido, determinou na terça-feira (28) que o Reino Unido permitirá que Huawei projete partes "não essenciais" da rede 5G do país. A gigante tecnológica chinesa será limitada a 35% do mercado, e não poderá operar em "locais sensíveis", tais como instalações nucleares ou militares.
Altos responsáveis britânicos admitiram que a Huawei é um "fornecedor de alto risco", mas afirmaram que caso contrário o país sofreria com um atraso de dois a três anos na implementação da nova rede de tecnologia, e maiores custos para os consumidores, o que limitaria o crescimento econômico.