Na primeira descoberta do tipo após mais de 150 anos, a arte rupestre foi desenterrada na região do Curdistão iraquiano e retrata deuses assírios montados em criaturas míticas em procissão com o rei.
Em 2014, quando o grupo terrorista capturou a cidade vizinha de Mossul, a pesquisa arqueológica do local foi interrompida.
Quando o autoproclamado califado foi derrubado no final de 2019, os arqueólogos puderam voltar e descobrir os tesouros deixados para trás.
"Os relevos rochosos assírios são extremamente raros […] Não há outro complexo de arte rupestre assíria que possa ser comparado com este, com a única exceção do Khinis, na parte nordeste da região", disse ao tabloide britânico Mirro o líder da expedição, Daniele Morandi Bonacossi.
No auge de seus poderes, os combatentes do Daesh estavam a apenas 24 quilômetros do local da escavação. O grupo não tinha piedade na destruição das antiguidades da região, embora também saqueasse artefatos para vender.
Archaeologists on the trail of the #Assyrian Empire in Faida, #Kurdistan (Iraq), #archaeology, https://t.co/HsCK8ZpbLf pic.twitter.com/2w1R0ZGAXw
— Archaeology & Arts (@archaiologia_en) January 17, 2020
Arqueólogos descobrem novas gravuras rupestres assírias no distrito de Faida (Governado de Nineveh, Norte do Iraque, Assíria)
"As ameaças mais graves são o vandalismo, as escavações ilegais e as atividades da aldeia próxima que estão literalmente sitiando o local", explicou Bonacossi.
Archaeologists discover new Assyrian rock carvings in Faida district (Nineveh Governorate, Northern Iraq, Assyria). pic.twitter.com/8oTs2pHJnX
— John Michael (@JohnnyJilu) January 14, 2020
Arqueólogos fazem descoberta de 3.000 anos de idade no Iraque: Um grupo internacional de arqueólogos do projeto curdo-italiano Faida fez uma descoberta extraordinária no Iraque durante escavações
As figuras nos painéis são mostradas em perfil, viradas para a esquerda, na direção que teria corrido a água do canal de Faida, que fazia parte de uma vasta rede de canais que levavam água para a capital assíria, Nínive, e irrigava as terras circundantes.
Relevos históricos
Entre as divindades retratadas está Ashur, o principal deus assírio, sua esposa Mullissu, o deus da Lua Sin e o deus Sol Shamash, representados como criaturas míticas, incluindo dragões e leões.
"Os relevos nos dizem que a construção deste sistema de irrigação local foi celebrada pelo poder real através da escultura de relevos rochosos", complementou o professor, que acredita que o local poderia guardar mais segredos.
Os relevos foram descobertos por arqueólogos italianos e iraquianos a 20 quilômetros ao sul da cidade curda de Duhok.