O poço de 2.500 anos foi identificado pela primeira vez em 2016 durante escavações no cemitério Kerameikos de Atenas.
Durante essa pesquisa, os especialistas do Instituto Arqueológico Alemão em Atenas encontraram vários artefatos dentro do poço, incluindo copos, recipientes para mistura de vinho, candeeiros de barro, potes, moedas e uma caixa de bugigangas de madeira.
Mas a descoberta mais emocionante foram 30 tábuas "enfeitiçadas", feitas de chumbo, que teriam sido lançadas no poço para envenenar a água.
Dozens of curse tablets found down a 2,500-year-old well in #Kerameikos #Athenshttps://t.co/n7n2lVrWFk pic.twitter.com/nikq2uq7sv
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Dezenas de tábuas com maldições foram encontradas em um poço de 2.500 anos em um cemitério de Atenas
Entre 317-307 a.C., uma lei proibia a colocação de "feitiços" em sepulturas e o público respondeu ao decreto atirando placas com maldições para dentro de poços.
Os poços eram considerados protegidos por ninfas, e jogar os artefatos era uma forma de irritar a entidade.
"Na religião grega, a água era protegida por ninfas, que podiam se tornar muito maliciosas quando a água era maltratada", disse Stroszeck, explicando que jogar uma placa com uma maldição em um poço "ativaria" a fúria da ninfa.
Os especialistas dizem que havia quatro razões principais na Grécia antiga para amaldiçoar alguém: ganhar um processo jurídico, ter sucesso nos negócios, vencer em competições esportivas e em assuntos gerais de amor e ódio.
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"A pessoa que encomendava uma maldição nunca era mencionada pelo nome, apenas o destinatário", disse Jutta Stroszeck, líder da escavação, citada pelo jornal Haaretz.
Os antigos gregos geralmente contratavam escritores profissionais de maldições, que se acreditava terem poderes sobrenaturais. Caso as tábuas fossem colocadas em um túmulo, acreditava-se que a maldição chegava ao submundo através das almas dos mortos.