O início de escassez, segundo a pesquisa, estaria concentrado principalmente entre as fabricantes de produtos da área de Tecnologia da Informação, que reúne equipamentos como celulares e computadores. Segundo nota da Abinee enviada à Sputnik Brasil, a pesquisa ouviu cerca de 50 indústrias das diversas áreas do setor eletroeletrônico no dia 5 de fevereiro de 2020.
O desabastecimento é consequência direta da paralisação de diversas fábricas na China devido aos esforços do governo chinês para conter a epidemia de coronavírus no país.
Segundo a Abinee, caso a situação persista, 22% das empresas pesquisadas sinalizam possíveis paralisações na produção já nas próximas semanas.
Entre as indústrias ouvidas pela pesquisa, as que não relataram problemas no momento salientaram que caso a situação não seja normalizada nos próximos 20 dias é possível que haja uma diminuição no ritmo da produção que pode se estender ao longo dos próximos meses.
"Estamos muito preocupados com os impactos na produção do setor e continuamos avaliando a situação de perto", afirma o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, segundo a nota da organização enviada à Sputnik Brasil.
A China é a principal origem das importações de componentes do Brasil, totalizando US$ 7,5 bilhões em 2019, o que representa 42% do total.
Demais países da Ásia foram responsáveis por 38% das importações de componentes elétricos e eletrônicos em 2019. Portanto, a região do continente asiático representou 80% da origem dos componentes elétricos e eletrônicos do país.
O novo coronavírus foi descoberto em dezembro de 2019, em Wuhan, na China. Desde então, o vírus se espalhou por diversos países e já matou 699 pessoas tendo contaminado outras mais de 31 mil pessoas. A China tem recebido ajuda internacional para combater o surto e estabeleceu diversas medidas de contenção para a epidemia.