Durante uma reunião em Viena, em 2017, a ABEN assinou com uma das subsidiárias da corporação estatal russa de energia atômica, Rosatom, a criação de um centro de pesquisa na cidade de El Alto.
Em novembro de 2019, o diretor executivo da Rosatom, Aleksei Likhachev, declarou para à Sputnik esperar que a mudança de governo na Bolívia não afete a realização do projeto conjunto.
No entanto, suas esperanças não se concretizaram. Nesta quarta-feira, ABEN anunciou a paralisação das obras e a suspensão do projeto conjunto.
"A única coisa que sabemos é que o reator nuclear, o centro nuclear multiuso e o cíclotron custaram US$ 351 milhões ao Tesouro Geral da Nação, um investimento sobre o qual não há controle, mas apenas acompanhamento de acordo com o contrato", afirmou o diretor da ABEN, Juan Alfredo Jordán Romero, em um comunicado publicado no site da agência.
"Por esses motivos, foi determinada a paralisação dos trabalhos do Centro de Pesquisa e Tecnologia Nuclear, e a retomada dos trabalhos dependerá da Assembléia Legislativa Plurinacional e da Procuradoria Geral da República, instâncias que devem tomar conhecimento da documentação que enviamos", completou Jordán Romero.
A Rosatom, no entanto, preferiu não comentar a notícia, pois afirmou ainda não ter recebido nenhum tipo de notificação oficial do governo boliviano.