'Vamos aprofundar relações', dizem EUA sobre Brasil após perda do status de país em desenvolvimento

© Sputnik / Caroline RibeiroSecretário de Energia dos Estados Unidos, Dan Bruillette, fala aos jornalistas durante visita ao porto de Sines, em Portugal
Secretário de Energia dos Estados Unidos, Dan Bruillette, fala aos jornalistas durante visita ao porto de Sines, em Portugal - Sputnik Brasil
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Dois dias depois de retirar o Brasil da lista de países considerados em desenvolvimento, a administração norte-americana afirma que vai aprofundar relações com o governo de Jair Bolsonaro.

A declaração foi feita pelo Secretário de Energia dos Estados Unidos, Dan Brouillette, na tarde desta quarta-feira (12).

"Olhando para as Américas, o Brasil é o nosso aliado mais natural na região, então vamos aprofundar a nossa relação com o novo governo brasileiro", disse Brouillette em resposta à Sputnik Brasil durante coletiva de imprensa na cidade de Sines, em Portugal.

O representante de Donald Trump esteve no Rio de Janeiro no início do mês de fevereiro para o primeiro Fórum de Energia Brasil-Estados Unidos. O encontro resultou na assinatura de acordos para desenvolvimento de energia nuclear e comprometimentos para o setor de óleo e gás.

Questionado pela Sputnik Brasil, Dan Brouillette avaliou a visita como "maravilhosa", com momentos favoráveis para diálogos bilaterais.

"As conversas foram muito importantes para os Estados Unidos. O Brasil tem sido um aliado, assim como Portugal. Nós somos amigos há séculos e penso que se podemos reforçar e aprofundar nossa relação com Brasil e Portugal, será benéfico", disse. 

© Sputnik / Caroline RibeiroSecretário de Energia dos Estados Unidos, Dan Bruillette, vê projetos para expansão do porto de Sines, em Portugal
'Vamos aprofundar relações', dizem EUA sobre Brasil após perda do status de país em desenvolvimento - Sputnik Brasil
Secretário de Energia dos Estados Unidos, Dan Bruillette, vê projetos para expansão do porto de Sines, em Portugal

Em Portugal, disputa com a China

O Secretário de Energia norte-americano falou com a imprensa depois de visitar as instalações do porto de Sines, equipamento que considera ter uma "posição estratégica" para as exportações de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos para a Europa.

No último mês de outubro, o governo de Portugal abriu concurso público para a construção e administração do terminal Vasco da Gama, a nova plataforma do porto de Sines. Dan Brouillette confirmou o interesse de empresas norte-americanas na concorrência. A comitiva do secretário incluiu vários CEO’s e representantes de companhias dos Estados Unidos.

No entanto, a disputa vai ser contra a China, que também tem forte interesse no equipamento. Pela posição geográfica, o porto de Sines é um ponto importante para o programa Faixa e Rota, considerado a nova "rota da seda", alusão ao período histórico em que as trocas comerciais entre a Ásia, Mediterrâneo e África eram realizadas por caminhos desbravados por mercadores chineses.

Lançado em 2013, o programa chinês prevê o incremento de ferrovias e autoestradas, que vão cruzar a Rússia e a Ásia Central, e o estabelecimento de uma rede de portos no Mediterrâneo e na África.

© Sputnik / Caroline RibeiroPorto de Sines, em Portugal, é alvo de interesse dos Estados Unidos e da China
'Vamos aprofundar relações', dizem EUA sobre Brasil após perda do status de país em desenvolvimento - Sputnik Brasil
Porto de Sines, em Portugal, é alvo de interesse dos Estados Unidos e da China

O governo português tem discutido com o chinês as possibilidades para investimento no porto, mas os Estados Unidos também se apresentam como fortes concorrentes. Pedro Nuno Santos, Ministro das Infraestruturas de Portugal, acompanhou o secretário Dan Brouillette, e manteve a discrição para evitar saia justa com os visitantes.

"Esta é uma visita muito importante para Portugal, estamos a tentar aproveitar da melhor maneira. Neste momento há vários interessados que estão a avaliar, a estudar. Não posso aprofundar muito este tópico, há um processo em curso. Nesta visita com o secretário há várias empresas com quem vou ter a oportunidade de me reunir. Há um trabalho em permanência com empresas de todo o globo obviamente", disse o ministro na coletiva.

Questionado sobre a concorrência com os chineses, Dan Brouillette afirmou não ter discutido o cenário com o governo português.

"Nunca sugerimos que as pessoas parassem de falar com os chineses, não é a nossa missão aqui. Nossa missão é fazer empresas americanas e outras saberem que estamos interessados neste tipo de desenvolvimento de infraestruturas, e acho que vocês podem ver esse interesse pela presença de empresas americanas aqui", respondeu. 

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