Na semana passada, o serviço de inteligência internacional da Estônia declarou em seu relatório anual que os investimentos estrangeiros da China eram realizados para "fins políticos" e que "intensificam as ameaças à segurança da Estônia".
De acordo com o relatório, o "objetivo da China é impor a sua visão de mundo e seus padrões" à Estônia.
A embaixada da China em Tallinn emitiu um comunicado, no qual solicita que as "expressões errôneas" sejam corrigidas e a alegação de "impacto negativo" seja suprimida do relatório.
Esse tipo de reação não é característico da representação chinesa na Estônia e está publicado em sua página oficial na Internet.
O comunicado da embaixada diz que o relatório estoniano é "caracterizado pela ignorância, preconceito, além de refletir uma mentalidade de Guerra Fria".
"Independentemente do andamento das relações entre a China e a Estônia, [o relatório] apresenta a China como um país de ameaças, usando histórias sem embasamento, fatos distorcidos e ataques maliciosos".
O ministro das Relações Exteriores da Estônia, Urmas Reinsalu, rejeitou as alegações da China de que o relatório não estaria embasado, declarando que as conclusões "estão baseadas em expertise", reportou o canal de televisão local ERR.
As relações comerciais entre China e Estônia, que apresentavam tendência de alta, recentemente sofreram uma queda acentuada, após Tallinn restringir o uso da tecnologia 5G da Huawei no país.
Investimento chinês para financiar o maior túnel ferroviário submarino do mundo, que ligaria a Estônia à Finlândia, também foi alvo de suspeita por parte das autoridades estonianas, reportou a Bloomberg.
A China tem reagido de maneira mais incisiva às crescentes críticas de países ocidentais. Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, pediu respeito às diferenças, lembrando que "cada civilização tem seus próprios valores".