Comentando a situação em seu país para a Bloomberg, o ministro do Interior do Governo do Acordo Nacional líbio (GNA, na sigla em inglês), Fathi Bashagha, declarou:
"Se os EUA pedirem para [construir] uma base, o governo líbio não será contra, [visto que] é para combater o terrorismo, o crime organizado e manter países estrangeiros que interferem à distância. Uma base americana levaria à estabilidade."
Apesar de não ter apresentado provas contra a Rússia, Bashagha acusou Moscou de incentivar o conflito.
"Os russos têm interferido para pôr lenha na fogueira e aprofundar a crise, ao invés de achar uma solução", acrescentou.
Ainda para o ministro, a Líbia seria vista como um "portão" para a Rússia "ampliar sua influência na África".
Retirada de tropas americanas
A declaração do líbio se dá enquanto o Pentágono tem expressado planos para remover parte de suas tropas do continente africano.
O objetivo seria deslocar soldados para a região do Indo-Pacífico com o intuito de conter a China e a Rússia.
A possível redução das tropas americanas tem trazido consigo temores por parte de lideranças africanas, da França e de congressistas norte-americanos.
Guerra na Líbia
Por sua vez, a Líbia tem sido palco de disputas pelo poder.
Se por um lado o Noroeste e a capital Trípoli estão sob controle do Governo do Arcodo Nacional (GNA, na sigla em inglês), o Leste e grande parte do território do país são controlados pelo Exército Nacional Líbio (LNA, na sigla em inglês), comandado pelo marechal Khalifa Haftar.
Por sua vez, o GNA recebe forte apoio da Turquia, a qual tem presença militar no país africano.
Em meados deste mês, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, negou que a situação na Líbia depois da Conferência de Berlim tenha ficado fora de controle novamente.
Em uma entrevista ao jornal italiano La Stampa, Lavrov afirmou que a situação seria melhor definida como impasse.
Na declaração final da Conferência de Berlim de janeiro passado, no nível de chefes de Estado e de Governo, os participantes reconheceram a necessidade de redobrar seus esforços para alcançar um armistício sustentável na Líbia e de adotar medidas recíprocas a esse respeito, incluindo as etapas para desmantelar grupos armados e milícias.