A aliança entre as duas organizações é anterior aos ataques de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas, em Nova York, e o Talibã é responsável pela morte de milhares de soldados norte-americanos em quase 19 anos de conflito armado no Afeganistão.
"Tivemos uma conversa muito boa com o líder do Talibã [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países] hoje e eles querem que isso acabe, e queremos que isso acabe. Acho que todos temos um interesse comum", disse o presidente. "De fato, tivemos uma conversa muito boa com o líder do Talibã".
A ligação de terça-feira, que o Talibã disse que durou 35 minutos, veio dias depois dos EUA e o grupo assinarem um acordo sobre a retirada das tropas dos EUA, permitindo que Trump avançasse uma importante promessa de campanha para tirar o pais do que ele chamou de "guerras intermináveis " e preparando o caminho para iniciar negociações no Afeganistão.
Trump deu a entender que não era a primeira vez que ele falava com o grupo por telefone. Questionado na terça-feira sobre se o líder do Talibã foi sua primeira conversa, o presidente respondeu: "Eu não quero dizer isso".
Anteriormente, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, escreveu no Twitter que o presidente havia falado por telefone com o mulá Abdul Ghani Baradar, co-fundador do grupo e diretor de seu ramo político no Qatar.
"O relacionamento que tenho com o mulá é muito bom", declarou Trump. "Hoje tivemos uma conversa muito boa e longa e, você sabe, eles querem acabar com a violência. Eles também querem acabar com a violência".
O secretário de Estado Mike Pompeo testemunhou o acordo, que os principais negociadores de ambos os lados assinaram no sábado passado em Doha, no Qatar. Sob o pacto, as 13.000 tropas dos EUA deixarão o Afeganistão em 14 meses, caso o Talibã cumpra suas obrigações para com os EUA.
Esses compromissos estão ligados ao combate ao terrorismo, impedindo que o Afeganistão se torne um refúgio para terroristas, denunciando grupos terroristas, cortando seus laços anteriores com a Al-Qaeda e ajudando a combater a subsidiária do grupo Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).