O gesto marca mais uma etapa do distanciamento do governo de Jair Bolsonaro da gestão de Nicolás Maduro.
Dois diplomatas foram removidos da Embaixada brasileira em Caracas, um do consulado-geral do Brasil na cidade e outro do consulado brasileiro em Ciudad Guayana.
Também fazem parte da lista seis assistentes de chancelaria, dois oficiais de chancelaria, dois agentes administrativos e um administrador.
Além de Caracas e Ciudad Guayana, perderam funcionários o vice-consulado em Santa Elena de Uairén, cidade próxima à fronteira com Roraima.
Segundo a revista Veja, o Itamaraty começou a colocar em prática o desmonte da rede consular no país vizinho, reduzindo os cincos postos diplomáticos brasileiros na Venezuela.
O Ministério das Relações Exteriores pode contratar uma empresa de segurança para proteger a Embaixada em Caracas, mas ainda não se sabe o destino dos imóveis brasileiro no país, nem o que acontecerá com os funcionários venezuelanos.
O processo de retirada total, no entanto, de acordo com o jornal O Globo, pode demorar cerca de dois meses.
Maduro expulsou embaixador brasileiro em 2017
Em maio de 2016, Maduro chamou de volta a Caracas o embaixador venezuelano no Brasil, Alberto Castelar, em protesto contra o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A Venezuela designou um encarregado de negócios para representar o país em Brasília.
Em dezembro 2017, Maduro expulsou de Caracas o então embaixador brasileiro, Rui Pereira - mas outros diplomatas e funcionários permaneceram representando o Brasil no país vizinho.
As relações entre os dois países se deterioraram mais ainda em 2019, quando o governo Bolsonaro reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
O deputado nomeou como embaixadora do seu autoproclamado governo no Brasil María Teresa Belandria, que foi reconhecida pela gestão Bolsonaro, fazendo com que as relações diplomáticas entre os dois países ficassem bastante comprometidas.
Belandria não despacha da Embaixada da Venezuela em Brasília, que continua sendo administrada por funcionários do governo venezuelano.
Em novembro de 2019, seguidores de Guaidó chegaram a invadir a embaixada venezuela na capital brasileira. O governo brasileiro condenou a ação.