A supergigante vermelha Betelgeuse começou a recuperar parte de seu antigo brilho depois de este diminuir drasticamente no ano passado, quando causou a impressão de que iria explodir a qualquer momento, transformando-se em uma supernova.
Os astrônomos calcularam a temperatura da estrela para identificar a causa do seu recente escurecimento.
Um novo estudo sugere que a atenuação do brilho foi causada por uma nuvem de poeira que envolveu a Betelgeuse, enfraquecendo a sua luz por algum tempo.
"Julgamos que a perda episódica de massa e o aumento da quantidade de poeira de grandes grãos em torno da estrela, ao longo da nossa linha de visão, seja a explicação mais provável da recente evolução fotométrica da Betelgeuse", explicaram os cientistas em um novo estudo publicado no Astrophysical Journal Letters.
De acordo com a professora de astronomia da Universidade de Washington, Emily Levesque, e do astrônomo do Observatório de Lowell, Phillip Massey, as observações da Betelgeuse captadas no dia 14 de fevereiro no Arizona permitiram calcular a temperatura média da superfície da estrela.
Segundo os cálculos, a temperatura era de aproximadamente 3.325 graus Celsius, ou seja, entre 50 e 100 graus Celsius a menos que a temperatura calculada em 2004.
Galáxia espiral NGC 3887 demonstra fenômeno de 'engarrafamento' no espaçohttps://t.co/DRJLOb87Ty
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 8, 2020
Dessa forma, os pesquisadores descobriram que a estrela é significativamente mais quente do que se esperava caso a atenuação tivesse sido causada por um resfriamento na superfície da estrela. Além disso, os cálculos apoiam a teoria que sugere que as camadas externas da Betelgeuse tenham se desprendido da estrela.
"Vemos isso o tempo todo em supergigantes vermelhas, e é uma parte normal de seu ciclo de vida. As supergigantes vermelhas ocasionalmente perdem material de suas superfícies, que se condensa ao redor da estrela como poeira [...]", explica Levesque.
"À medida que esfria e se dissipa, a poeira absorve parte da luz em nossa direção, bloqueando nosso campo de visão", concluiu.