O estudo mostra cálculos específicos para São Paulo e Rio de Janeiro. O primeiro concentraria 68% dos casos confirmados no Brasil até o dia 26 de março, totalizando 3.380 registros, segundo previsão.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o virologista Davis Fernandes Ferreira, professor do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que é preciso ser cauteloso com esse tipo de cálculo.
"Eu tenho muito cuidado com as projeções, apesar de elas terem bases, essa é uma projeção pessimista, existem projeções mais otimistas", disse.
A pesquisa foi feita pelo Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), formado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) e do Instituto D'Or.
Segundo Davis Fernandes Ferreira, apesar de ser uma projeção pessimista, ela pode se tornar real se o Brasil não adotar as medidas necessárias de contenção do novo coronavírus.
"Nós temos casos esporádicos, depois grupos de casos mais próximos um do outro e depois ele ascende em uma curva que vai chegar a um pico. Essa curva exponencial a gente ainda não chegou. Essas projeções falam justamente dessa curva. Pode ser que isso aconteça sim. Não é uma razão de pânico, mas é para que a gente esteja preocupado a ponto de seguir todas as orientações que são dadas pelo Ministério da Saúde para que a gente possa diminuir a aceleração dessa curva", explicou.
Porém, de acordo com o virologista, as altas temperaturas brasileiras podem ajudar na contenção do novo coronavírus.
"A gente tem que entender que o Brasil é um cenário diferente da maioria dos outros países onde o vírus entrou, o nosso clima, nossa temperatura pode ajudar. Esse é um vírus que se propaga menos no calor", completou.
Até o início da tarde desta quinta-feira (19), o Brasil já registrou seis óbitos, quatro deles em São Paulo e dois no Rio de Janeiro.