No dia 18 de março, Miranda, Sâmia Bonfim e Fernanda Melchionna apresentaram pedido de afastamento do presidente na Câmara dos Deputados.
O documento alega que Bolsonaro cometeu diversos crimes de responsabilidade, como convocar atos que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e, ao participar dessas manifestações, desrespeitar recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação ao novo coronavírus.
O pedido de impeachment agora está nas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que decidirá se o levará para votação no Plenário.
"De acordo com a pressão popular, o pedido de impeachment vai ser apreciado e nós vamos ver como vai ficar", disse Miranda à Sputnik Mundo. "Vai muito do que o Maia vai sentir de pressão", acrescentou o deputado.
'Panelaços cada vez mais fortes'
O pessolista disse que seu grupo de parlamentares está "levantando vários intelectuais, artistas e influenciadores" digitais para que ajudem a convencer a "sociedade civil" a apoiar o afastamento de Bolsonaro.
"Os panelaços estão cada vez mais fortes , todos os dias, no pais inteiro", afirmou Miranda, pois para o deputado há um "descontentamento e tristeza com os absurdos que o gabinete de Bolsonaro e ele próprio fazem".
Segundo Miranda, o discurso do presidente para que as pessoas voltem a trabalhar durante uma pandemia é um "genocídio".
Apesar do pedido ter sido feito por três parlamentares do PSOL, a executiva do partido disse que não foi consultada sobre a iniciativa e que, embora apoie o impeachment, o momento não é o ideal.
Além do pedido feito pelos pessolistas, o deputado Alexandre Frota, do PSDB, também protocolou documento para o afastamento do chefe de Estado junto à presidência da Câmara.
'Bolsonaro está acabado'
Miranda admite que, primeiro, é preciso votar medidas urgentes no Congresso para ajudar a população a atravessar a crise do coronavírus, como o auxílio para trabalhadores informais no valor de R$ 600, que foi aprovada semana passada na Câmara.
Mas o deputado acredita que o impeachment é questão de tempo, pois, segundo ele, Bolsonaro "não está preparado para ser presidente" e vem perdendo apoio de antigos aliados, como os governadores de São Paulo, João Doria, e de Goiás, Ronaldo Caiado.
"Bolsonaro esta acabado,isolado, não tem mais apoio popular", disse David Miranda.