O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, publicou um artigo no qual pede a solidariedade europeia, sob pena do projeto da União Europeia ficar severamente prejudicado.
"A Europa está lidando com sua pior crise desde a Segunda Guerra Mundial. Nossos cidadãos estão morrendo, ou lutando por suas vidas, em hospitais lotados", escreveu Sánchez.
Frustrado com a resposta europeia à pandemia de COVID-19, o primeiro-ministro espanhol alertou que essa "guerra contra um inimigo invisível" está colocando "o projeto europeu à prova".
A Espanha é agora o segundo país mais afetado pelo novo coronavírus no mundo (e o primeiro na Europa), com 130.759 infectados.
"Chegamos a um ponto crítico, no qual mesmo os países e governos pró-europeus mais fervorosos, como a Espanha, precisam de provas reais de comprometimento", declarou Sánchez.
Para ele, "sem solidariedade não há coesão. Sem coesão, só haverá insatisfação e a credibilidade do projeto europeu será severamente prejudicada", escreveu no artigo publicado pelo The Guardian.
O primeiro-ministro propôs que a Europa "construa uma economia de guerra", um plano que apelidou de "novo Plano Marshall", em referência ao plano econômico de reconstrução da Europa adotado após a Segunda Guerra Mundial.
"A Europa nasceu das cinzas da destruição e do conflito. Aprendeu as lições da história e compreendeu algo muito simples: se não ganharmos todos, no final, todos perdemos", escreveu.
No entanto, Sánchez lembrou que essa crise é sem precedentes e demanda novas soluções.
"Entramos em uma nova era e precisamos de novas respostas. Vamos manter os nossos valores positivos e reinventar tudo o resto", propôs.
A Espanha é o segundo país no mundo com maior número de mortos por COVID-19 (12.418), atrás somente da Itália.
"A Espanha sempre protegeu e defendeu o projeto europeu. Chegou a hora da reciprocidade", asseverou o primeiro-ministro.
O número total de casos de COVID-19 no mundo ultrapassa 1 milhão e 200 mil. Mais de 64 mil pessoas faleceram em consequência do vírus. Os países com maior número de casos são os EUA, Espanha e Itália.
A Espanha, com 130.759 infectados, é o segundo país com maior número de casos no mundo.