Em entrevista à rádio Europe 1, difundida em 12 de abril, o imunologista francês Jean-Laurent Casanova admite que possa existir um fator genético.
Segundo ele, sua equipe de pesquisa está analisando o DNA de um grupo de pacientes para determinar a existência de possíveis genes responsáveis pelas manifestações mais graves da doença COVID-19, provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
Não são somente os idosos ou pessoas debilitadas por patologias que morrem da COVID-19, mas também indivíduos mais jovens e saudáveis. Para Casanova, isso poderia ser devido a variações genéticas e não a mutações no vírus.
A fim de estabelecer uma possível ligação entre particularidades genéticas e as manifestações mais graves de infecção pelo novo coronavírus, uma equipe de cientistas liderada por Casanova iniciou um estudo envolvendo pacientes de todo o mundo, tomando como ponto de partida pesquisas anteriores sobre outras doenças infecciosas.
"[Esses estudos demonstraram] que a gripe, a tuberculose ou infecções virais do cérebro têm uma relação não negligenciável com variações genéticas, que criam suscetibilidade a agentes infecciosos particulares".
Para testar essa teoria, os pesquisadores "recrutaram" pacientes da Ásia, Índia, Sul da Europa, Oriente Médio, Norte da África e Américas com menos de 50 anos de idade, anteriormente saudáveis, e que não tivessem sofrido doenças.
A equipe está se preparando para sequenciar seus genomas e analisar todos os dados, de maneira a poder detectar genes que possam causar o desenvolvimento das formas mais graves de COVID-19.
Casanova adverte, contudo, que o trabalho dos pesquisadores poderia se prolongar por alguns meses ou mesmo anos.