Sete laboratórios que o ministério havia permitido realizar testes do coronavírus e foram aprovados pelo órgão regulador de saúde há duas semanas ainda não são usados para os testes, disse a autoridade à agência Reuters em uma resposta por escrito às perguntas feitas no início desta semana.
O ministério indicava que as instalações podiam processar 12 mil testes iniciais por semana, mas que não estavam recebendo os reagentes necessários.
Separadamente, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que se reporta ao Ministério da Agricultura, informou que seus laboratórios poderiam processar quase 43 mil testes por dia.
Em uma resposta por e-mail, o Ministério da Saúde não abordou diretamente por que os laboratórios disponíveis não estavam sendo utilizados. A pasta declarou que está se esforçando para aumentar a capacidade de teste, apesar da "escassez de suprimentos e da alta demanda global por kits de teste".
O sistema público de saúde brasileiro realizou 89 mil exames para a COVID-19, segundo declaração do Ministério da Saúde. Na segunda-feira (13), a pasta informou que havia um total de 93 mil testes pendentes.
O Brasil demorou a implementar testes generalizados, apesar da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas nas últimas semanas tentou expandir sua escala.
A falta de evidências significa que o país mais afetado da América Latina provavelmente tem 12 vezes mais casos do novo coronavírus do que o relatado oficialmente, segundo um estudo.
O governo informou na quarta-feira 28.320 casos confirmados de COVID-19 no Brasil e 1.736 mortes.
"Os laboratórios estão aguardando a compra de reagentes e suprimentos para realizar os testes", explicou o Ministério da Agricultura. Já a pasta da Saúde afirmou que 451.432 testes foram distribuídos pelos estados, mas não especificou se algum deles seria usado nos laboratórios do Ministério da Agricultura.