"É absolutamente necessário haver uma revisão profunda das lições após o evento, inclusive sobre o surto do vírus [...] ele precisa ser conduzido pela ciência", disse Raab, acrescentando que a pandemia havia mostrado o valor da cooperação internacional e que o Reino Unido havia trabalhado bem com a China no repatriamento de cidadãos e compras.
"Não há dúvida: não podemos ter negócios como de costume após esta crise, e teremos que fazer perguntas difíceis sobre como isso aconteceu e como poderia ter sido interrompido mais cedo", prosseguiu Raab, indicando no futuro um possível "acerto de contas" com a China.
O diplomata britânico também falou de outros assuntos, como a extensão do período de distanciamento social no país até o dia 15 de maio. A meta é manter as medidas contra a COVID-19, que já ceifou a vida de mais de 138 mil pessoas em todo o mundo.
"Viemos muito longe, perdemos muitos entes queridos, já sacrificamos demais para facilitar agora, especialmente quando começamos a ver as evidências de que nossos esforços estão começando a dar frutos", destacou Raab, o número dois do país, atrás apenas do primeiro-ministro Boris Johnson, que segue se recuperando do novo coronavírus.
Raab presidiu uma reunião de emergência nesta quinta-feira para revisar as evidências científicas sobre o impacto do bloqueio existente. "Relaxar qualquer uma das medidas atualmente em vigor arriscaria danos à saúde pública e à economia", acrescentou.
As medidas em vigor foram anunciadas em 23 de março por um período inicial de três semanas. Os médicos que falaram ao lado de Raab disseram que reduziram a taxa geral de transmissão do vírus para menos de um, o que significa que agora estava encolhendo na comunidade.
Anteriormente, o ministro da Saúde Matt Hancock alertou que o vírus "correria solta" se as restrições fossem levantadas muito cedo. Uma pesquisa do YouGov realizada antes do anúncio de quinta-feira mostrou que 91% dos britânicos apoiavam uma extensão de três semanas ao bloqueio.