A troca na pasta da Saúde ocorre após um período de desgaste entre o antigo titular e o presidente. Mandetta contrariou Bolsonaro publicamente e não o poupou de críticas em episódios em que Bolsonaro não seguiu as instruções da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Bolsonaro, por sua vez, também criticou Mandetta. Nesta quinta-feira, disse que a saída do ex-deputado federal do cargo ministerial foi um "divórcio consensual".
Formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o novo ministro da Saúde afirma em seu LinkedIn que faz doutorado em Ciências da Saúde - Economia da Saúde pela Universidade de York, do Reino Unido.
Ele também já prestou consultoria ao Hospital Albert Einstein e fundou a empresa Grupo Clínicas Oncológicas Integradas. Desde março de 2020, é consultor da Teich Health Care. Integrante informal da equipe de transição de Bolsonaro em 2018, segundo a revista Veja, foi cotado para a pasta da Saúde, mas acabou preterido por Mandetta.
Em sua rede social, Teich fez análises sobre a pandemia de coronavírus.
"A função daqueles que lideram e preparam o sistema de saúde para enfrentar problemas, como esse da COVID-19, não é ter uma estratégia 'Robin Hood', imaginando que existe um alvo preciso e vendo aquilo que é decidido hoje como o que vai definir o sucesso ou fracasso da estratégia e da abordagem. O sucesso vai depender da capacidade de colher dados críticos em tempo real, de incorporar e analisar essa base de dados atualizada, de ajustar as projeções quanto aos possíveis impactos das escolhas, rever as decisões e desenhar novas medidas e ações", escreveu o novo ministro em 24 de março.
No mesmo texto, o hoje ministro destaca que as previsões sobre o número de mortes causadas pela COVID-19 também "precisam levar em consideração o impacto de uma crise econômica nos níveis de saúde e mortalidade da população" e que ignorar os impactos econômicos da pandemia é um erro dos gestores.
Em Brasília e discursando pela primeira vez como ministro, Teich defendeu a testagem em massa da população, o isolamento social e disse que não haverá mudanças radicais nas políticas públicas adotadas até o momento para lidar com o coronavírus.
O Brasil tem mais de 30 mil casos confirmados de COVID-19 e 1.924 pessoas já morreram por conta da enfermidade.