Segundo revelou em 17 de abril o portal Archaeology, a equipe de pesquisadores liderada por Natalia Polosmak, do Instituto Russo de Arqueologia e Etnografia, e por Konstantin Kuper, do Instituto de Física Nuclear, utilizou a fluoroscopia para examinar uma escultura em forma de cabeça, criada pela cultura Tagar há mais de 2.000 anos.
A cabeça de argila, que se assemelha a de um jovem, foi descoberta em 1968 entre cerca de 15 conjuntos de restos mortais humanos cremados no túmulo de Shestakovsky, na Sibéria Oriental.
As radiografias do artefato feitas ainda em 1968 revelaram um pequeno crânio dentro da escultura. Marcas na argila na parte de trás da cabeça indiciavam que o artefato tinha estado provavelmente ligado a um corpo, talvez feito com os restos mortais do indivíduo, erva, couro e casca de bétula.
Este novo estudo, contudo, apurou que o crânio dentro da escultura pertencia a um carneiro. Natalia Polosmak formula a hipótese que o povo Tagar pode ter criado um corpo para enterrar como substituto simbólico, caso não tenha conseguido recuperar os restos mortais do falecido.
"Esta deve ter sido a única forma de assegurar a vida após a morte de uma pessoa que não tinha regressado a casa", disse a pesquisadora, citada pelo portal.
Por sua vez, a pesquisadora Elga Vadetskaya sugere a hipótese de que a cabeça de carneiro possa ter sido usada em lugar dos restos mortais do homem, no caso de estes se terem decomposto completamente antes de o elaborado ritual de enterramento ter sido concluído, adianta o Archaeology.
A cultura Tagar foi um dos mais importantes centros de metalurgia do bronze na Eurásia antiga, tendo florescido entre os séculos VIII e II a.C. no sul da Sibéria.